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Geração floco de neve: jovens adultos que não sabem ouvir ‘não’

O termo “Geração floco de neve”, que ganhou popularidade no meio político, se refere aos jovens adultos que não admitem ser contrariados e está até no dicionário.

Não é fácil ouvir um não, receber críticas ou aceitar que o outro pense de modo diferente do seu. Mas tudo isso é essencial para que os relacionamentos cresçam de forma saudável. Parece conteúdo de um livro de autoajuda? Talvez.

Embora o tema esteja, de fato, se tornando cada vez mais frequente nos exemplares que chegam às livrarias de todo o mundo, o público ao qual eles tentam falar parece nem perceber que é com ele. No último ano, recebeu até nome: geração floco de neve — ou os jovens adultos que não aceitam ser contrariados.

A professora universitária Myrian del Vecchio tem percebido novos “integrantes” dessa população de poucos anos para cá na sala de aula. “Não devemos rotular uma geração, mas esta parece ter uma sensibilidade muito aflorada. Tenho alunos de 19, 20 anos, que não aceitam críticas, deixam de fazer trabalhos porque dizem estar deprimidos ou têm receio de enfrentar determinadas tarefas”, conta.

Um exemplo: na disciplina de redação, do curso de jornalismo da UFPR, Myrian costuma compartilhar leituras jornalísticas com a turma. São textos de autores renomados, como Eliane Brum (uma das mais premiadas jornalistas brasileiras) e Truman Capote, do clássico livro-reportagem “A Sangue Frio”.

Em geral, o conteúdo das obras é denso (tratam de temas como assassinatos, pobreza extrema, doenças mentais), mas essencial de ser abordado. E, segundo Myrian, muitos alunos não suportaram as leituras, ou se negaram a fazer os exercícios sobre as obras. “É claro que isso não se aplica à maioria, mas a realidade dura tem chocado bastante. Só que, querendo ou não, isso faz parte do jornalismo”, diz.

A psicanalista Juliane Kravetz explica que é comum algumas situações gerarem angústia, mas é importante tentar enfrentá-las. “Se torna um problema quando a pessoa passa a usar sua sensibilidade ou sintoma de depressão para mascarar algo que realmente pode ajudar em seu crescimento pessoal”, afirma.

Origem do termo é política

O termo ganhou popularidade há pouco mais de um ano no meio político, quando partidários da direita passaram a se referir à oposição como “pobres flocos de neve” durante as polêmicas acaloradas sobre o Brexit e as eleições norte-americanas (que tiveram como protagonistas Donald Trump e Hillary Clinton).

Mas bastou pouco tempo para que a crítica logo ultrapassasse as barreiras políticas e fosse adotada ao vocabulário dos cidadãos mundo afora.

O Dicionário Collins foi o primeiro a adotar o termo à lista de palavras do ano no início de novembro de 2016. Em seguida, o de Cambridge também acrescentou o significado de “geração floco de neve” em seu material.

Para Ulisses Natal, coordenador adjunto do curso de psicologia da PUCPR, estas são formas de traduzir as relações sociais e pessoais da modernidade. “É o espelho de como está a sociedade.”

O culpado é sempre o outro

Não é fácil admitir o próprio erro ou aceitar uma opinião contrária porque essas são questões que afetam o ego. Basta surgir uma situação que desperte um conflito de crenças (ou mesmo que desafie as potencialidades do indivíduo) para que os dedos em riste tomem o lugar da autoavaliação.

“É muito fácil colocar a culpa no outro, mas é essencial refletir sobre as próprias frustrações de forma racional. A nota baixa que você recebeu é mesmo culpa do professor? Tem problema se alguém não concorda com o que você diz?”, questiona Natal.
Para ele, a raiz do problema está na falta de frustrações sofridas durante a infância. “As crianças precisam se frustrar. Quando os pais dizem sim para tudo, elas crescem achando que ninguém deve lhes impor limites”, diz.

Mas há esperança. Os dois especialistas são unânimes sobre como lidar com a frustração na vida adulta: o único modo é entender mais de si mesmo. “É preciso entender que a satisfação não precisa ser completa. Quando se tem a plenitude, não há mais nada a ser buscado”, afirma Kravetz.

Narcisimo?

A dificuldade em admitir o próprio erro ou aceitar críticas construtivas, segundo a psicanalista, é uma forma de narcisismo exacerbado. “As pessoas falam muito de diversidade [de opiniões], mas caem em um discurso vazio, porque não aceitam ser contestadas”, comenta.

Já a professora não enxerga essa mudança como um sintoma do personagem do mito grego, que morreu ao ficar obcecado com a própria beleza. “Vejo como um receio, uma autodefesa. A gente tem que ir quebrando aos poucos essa capa protetora em que esses jovens se envolveram. Pode levar um tempo, mas acredito no amadurecimento durante o processo.”

*Originalmente publicado no jornal Gazeta do Povo.

 


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Um artista japonês desenha as emoções que todos nós sentimos, mas não conseguimos expressar em palavras

Existem estados emocionais que nos dominam completamente. Há momentos em que experimentamos emoções muito intensas que dificilmente conseguiremos expressar em palavras.

O que quer que digamos é simplesmente mero eufemismo, muito  aquém da emoção incomensurável que estamos experimentando.

O escritor Julio Cortázar resumiu perfeitamente: “As palavras nunca são o bastante quando o que tem que ser dito transborda a alma”.

O artista japonês, autor das imagens a seguir, representou, através de suas ilustrações, muitas dessas emoções e sensações que todos nós experimentamos em algum momento da vida, mas para as quais não há palavras que as definam perfeitamente.

Não sabemos bem a sua identidade, pois ele se identifica apenas como avogado6 no Twitter.

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Fonte: Revista Pazes

Dificuldade para lidar com as emoções? Conte conosco! 

 

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    Os 10 princípios básicos para educar os filhos, segundo o psicólogo Laurence Steinberg

    O desafio de criar os filhos tornou-se uma das áreas do comportamento humano mais exaustivamente pesquisadas. Foram tantas e tão diversas as receitas surgidas ao longo dos últimos anos que os pais , ao fim e ao cabo, ficaram desnorteados.

    Afinal , o que funciona? Existem fórmulas que se aplicadas com critério , vão criar ambiente favorável para os filhos se tornarem em adultos emocionalmente equilibrados e com chance de ser produtivos e felizes?

    O psicólogo Laurence Steinberg, da Temple University, um dos profissionais mais conceituados dos E.U.A, acredita ter encontrado um denominador na quase infindável bateria de pesquisas e reflexões entre pais e filhos. Num esforço extraordinário de síntese de meio século de pesquisas comportamentais , Steinberg resumiu em 10 princípios básicos toda a gama de atitude e reações que os pais devem se condicionar a ter em relação aos filhos.

    Parece simples demais, mas por trás desse enunciado ergue-se uma das mais consistentes propostas de educação infantil surgida nos últimos anos. As ideias de Steinberg estão expostas no seu livro,” The 10 basic Principles of Good Parenting”( Os Dez Principios Básicos para Educar os Filhos), lançado em 2004 nos EUA,onde se tornou imediato sucesso entre pais e especialistas.

     

    1. As atitudes do dia-a-dia são mais importantes que os conselhos.

    Os filhos aprendem muito mais observando o comportamento dos pais do que os ouvindo.

     

    2. Demonstre afeto incondicional pelo seu filho.

    Isso não o tornará mimado.
    É muito saudável abraçar e beijar os filhos,independentemente da idade.

     

    3. Envolva-se com a vida de seu filho.

    A falta de monitoramento aumenta os riscos deles se envolverem com drogas, álcool, delinquência e gravidez precoce.

     

    4. Mude a forma de tratar a criança de acordo com as etapas de crescimento.

    A técnica que funciona em certa idade é um desastre em outra.

     

    5.  Estabeleça regras e limites desde cedo.02

    Com o tempo,eles ajudam o seu filho a administrar o seu próprio comportamento.

     

    6. Encoraje o seu filho a se tornar independente.

    Muitos pais,erroneamente ,associam a busca por independência à rebeldia, à desobediência e ao desrespeito.

    7. Seja coerente.

    Se as regras do jogo mudam a cada dia ,ou são esquecidas, a culpa pelo mau comportamento é dos pais,não da criança.

     

    8. Evite castigos físicos e agressões verbais.

    A punição é necessária,mas acompanhada de violência ela tem efeito nocivo a curto e a longo prazo.

     

    9. Explique as suas decisões e ouça o ponto de vista do seu filho.

    Ele aceitará as suas ordens com mais facilidade se entender que elas fazem sentido.

     

    10. Trate seu filho com respeito.

    A criança trata os outros da forma como é tratada pelos pais.

     


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    Vou ao psicólogo e não estou louco

    “Vou ao psicólogo e não estou louco. Além disso, louco é um rótulo figurativo desqualificador que ninguém deveria usar para denominar as pessoas com problemas mentais. Eu vou ao psicólogo para ele me ajudar a trocar a minha lâmpada, que parece estar queimada pelas circunstâncias.

    Vou ao psicólogo porque preciso colocar meus pensamentos em ordem, gerir minhas emoções e aprender a viver melhor. Vou porque me faz sentir bem, porque me ajuda a adquirir recursos para enfrentar a vida e buscar o bem-estar.

    Conheço o som das pedras batendo nos meus pés e obstruindo meu caminho, conheço a sensação abrasadora de não encontrar sentido para a vida, de não poder colocar nome nos sentimentos, de não parar de pensar que tudo pode dar errado, de não encontrar saída no beco da vida”. 

    Este poderia ser o discurso de qualquer pessoa que faz terapia. Não importam os motivos que levem você a fazer terapia, NÃO HÁ NADA NEGATIVO EM FAZER ISSO. Muito pelo contrário, é preciso muita coragem para dar o passo e permitir que um profissional te ajude a desatar os seus nós mais íntimos.

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    O estigma da saúde mental

    Ir à terapia é algo visto com maus olhos. Na verdade, se você vai, parece que a sociedade aponta o dedo para você. No entanto, muitos profissionais observam que não é preciso ter câncer no útero para ir ao ginecologista. Por que não vamos ao psicólogo quando nos sentimos mal (ou seja, ansiosos, angustiados ou bloqueados)?

    Talvez porque superar certos problemas não seja tão fácil como tomar um comprimido. Talvez porque vivemos na sociedade das soluções rápidas e da busca da pílula da felicidade. Talvez porque desdenhamos com muita facilidade da importância de falar sobre uma dor interna à qual não sabemos colocar um nome.

    Acontece que temos uma enorme sensação de invulnerabilidade em relação aos problemas psicológicos. As dificuldades emocionais nos parecem secundárias e, por isso, não nos permitimos aprofundá-las. Além de que fazer isso parece um sinal de fraqueza.

    Nós levamos as mãos à cabeça quando a infecção é mais difícil de curar, mas não nos damos conta de que, obviamente, se tivéssemos atendido os sintomas e os sinais que nos indicavam que algo não estava completamente bem a tempo, então a dor não teria sido estendida dessa maneira.

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    Temos que ser muito corajosos para não ignorar uma pontada no estômago das nossas emoções. É preciso ter muita coragem para abrir a nossa mente e o nosso interior a um profissional. É preciso ter muita coragem para reconhecer que há algo que temos que mudar.

    É preciso ser incrivelmente forte para ter a coragem de se transformar e de trabalhar em si mesmo. Reconhecer isso e nos dar a oportunidade de gerir as nossas expectativas é uma conquista psicológica.

    Porque em muitos casos as perguntas são as que encontram a chave do nosso avanço. Porque o apoio de um psicólogo é fundamental na hora de dar coerência às nossas dificuldades e, assim, articular a sua superação. Nem sempre que precisamos de terapia temos um transtorno mental, e a psicologia não é baseada no senso comum.

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    O que conseguimos através da psicologia na terapia vai mais além de uma escuta ordinária. Não é uma conversa íntima. Trata-se de trocar a lâmpada de um quadro equilibrado que se estabiliza a partir da objetividade.

    Os conhecimentos e as técnicas têm sua referência em estudos científicos, o que confere solidez ao processo terapêutico.

    Aí está a chave do mérito psicológico, em acompanhar profissionalmente a busca de respostas, na criação de perguntas, no conhecimento das emoções, pensamentos, qualidades, recursos e padrões falhos. Portanto, este é um caminho maravilhoso para quem tem coragem de desbravá-lo.

     


    Fonte: A Mente é Maravilhosa

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    Entendendo a Dislexia

    Dificuldades de ler, soletrar ou até mesmo identificar as palavras mais simples, falta de atenção ou má alfabetização, podem ser sintomas de dislexia.

    Antigamente, era relacionada ao sistema visual, a qual seria responsável pela inversão de letras, contudo, mais tarde, foi possível identificar este mito, pois as crianças disléxicas não lêem de trás para frente, sua dificuldade está no sistema linguístico.

    A dislexia não é doença, é um distúrbio genético e neurobiológico de funcionamento do cérebro para todo processamento linguístico relacionado à leitura, ocorrendo falhas nas conexões cerebrais.

    Dessa forma, a pessoa disléxica tem dificuldade para associar o grafema (símbolos, letras) ao fonema (sons que elas representam) e não consegue organizá-los mentalmente numa sequencia coerente. A leitura oral é caracterizada por omissões, distorções e substituições de palavras, além de uma leitura lenta e silábica. A compreensão da leitura também é afetada.

    Destacam-se nessas crianças, o pensamento, compreensão e a razão, habilidades intelectuais que não são atingidas pela dislexia. Isso produz um paradoxo: dificuldades persistentes experimentadas por pessoas muito inteligentes ao aprender a ler. A criança pode se destacar em determinadas áreas, como esportiva, artística e musical, levando em conta que o problema está na linguagem expressiva e não no pensamento. Portanto, a criança sabe exatamente o que quer dizer, a dificuldade está em buscar a palavra certa.

     O tratamento é realizado por meio de exercícios de assimilação de fonemas, desenvolvimento de vocabulário e acompanhamento de psicólogo e fonoaudiólogo. Estudos sugerem que se tratada ainda cedo na vida escolar, uma criança pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais a ponto de elas quase desaparecerem.

    A identificação precoce é importante, porque o cérebro é muito mais plástico nas crianças pequenas e potencialmente mais maleável para um redirecionamento dos circuitos neurais. Além disso, quando uma criança é deixada para trás, ela terá de recuperar milhares de palavras não lidas para alcançar seus colegas que continuam à frente. Igualmente importante é que, uma vez estabelecido um padrão de falha na leitura, muitas crianças sentem-se derrotadas, perdem o interesse pela leitura e desenvolve algo que frequentemente evolui para uma perda de sua autoestima, situações de isolamento, ansiedade, insegurança, timidez excessiva, medo de se expor e até mesmo uma aversão à escola, gerando efeitos negativos na personalidade caso não ocorra um acompanhamento adequado. Contudo, com a identificação precoce, possibilitará as implicações emocionais quase inexistentes.

    É importante ressaltar que não se fala em ‘cura’ em relação à dislexia, mas muito pode ser feito. Com o apoio e o ensino adequados, muitas das dificuldades serão contornadas, e outras se tornarem menores, embora não desapareçam totalmente podem se tornar leitores competentes. Uma vez que haja entendimentos e compreensão da dislexia, os sintomas e tratamentos passam a ter um sentido diferente.

    Devemos ter claro que a leitura não se dá naturalmente em todas as crianças, para as crianças disléxicas […] a leitura, que parece ser algo que as outras crianças atingem sem esforço nenhum, é algo além do seu alcance […] Frustram-se e desapontam-se. Abrangendo todo contexto familiar […] (SHAYWITZ, 2006 p. 19).

    Um dos primeiros sinais indicativos da dislexia pode ser descoberto através dos familiares observando alguns sinais. O primeiro sinal indicativo da dislexia pode ser um atraso na fala.

     Como regra geral, as crianças dizem suas primeiras palavras por volta de 1 ano e as primeiras frases por volta de 1 ano e 6 meses a 2 anos. As crianças vulneráveis à dislexia talvez não comecem a pronunciar as primeiras palavras antes de cerca de 1 ano e 3 meses de vida e talvez não pronunciem frases antes de completar 2 anos. (SHAYWITZ, 2006, p. 83).

    Quando a criança começa a falar, e continuam as dificuldades na pronúncia além do tempo normal, podem ser características de outro sinal precoce. Por volta dos 5 ou 6 anos, a criança deve ter poucos problemas para pronunciar a maioria das palavras corretamente.

    As crianças com dislexia costumam apontar ao invés de falar e podem frustrar-se com o fato de não conseguirem dizer a palavra que têm em mente. Pode manifestar sintomas como dores abdominais, de cabeça ou transtornos de comportamento, pelo esforço de lutar contra as dificuldades. Em geral, ela é considerada desatenta, preguiçosa, sem vontade de aprender, o que cria uma situação emocional que tende a se agravar, especialmente em função da injustiça que possa vir a sofrer.

    Entretanto, reagirá a elogios e encorajamentos como qualquer outra criança. Sendo importante o reconhecimento das suas dificuldades e um acompanhamento adequado, os quais permitirão que a criança acompanhe a classe, sem prejuízo do seu rendimento e evitarão prejudicar seu desenvolvimento emocional.

     

    Aos pais ou responsáveis:

    • É necessário lembrar que carinho é tão importante quanto o acompanhamento profissional. Converse bastante com a criança, tente expressar sentimentos. Quando é demonstrado interesse real, sua criança desejará contar a você sobre o que ela faz e pensa.
    • Focalize sempre o que ela faz melhor e encoraje-a a fazê-la.
    • Faça elogios por ela tentar fazer algo que considera difícil e não a deixe desistir.
    • Ressalte sempre as respostas corretas e não as erradas, valorizando seus acertos.
    • Tranquilize sua criança. Embora ela tenha dificuldades de aprendizagem, ela é inteligente. Não deixe a criança sentir que o seu valor como pessoa está relacionado ao seu desempenho escolar.
    • Evite colocar a criança em situações que realcem suas dificuldades, esclareça que as pessoas são diferentes e que todas têm dificuldade para certas coisas e facilidade para outras.
    • Não exerça pressão sobre ela a ponto de amedrontá-la com a perspectiva de não passar de ano ou desapontar você.

    Sempre que possível, procure ajuda especializada.

    “O maior obstáculo que impede uma criança disléxica de explicar seu potencial e de perseguir seus sonhos é a ampla ignorância sobre a verdadeira natureza da dislexia”. SHAYWITZ (2006 p. 78).


    Referência:

    SHAYWITZ, S. Entendendo a Dislexia. Um novo e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura. Porto Alegre: Artmed, 2006.


    *O conteúdo do texto acima é de responsabilidade do autor e não necessariamente retrata a opinião da página e seus editores.


    Fonte: Psicologias do Brasil

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    Os psicólogos são pessoas que traduzem pensamentos e emoções

    Os psicólogos são responsáveis por estudar o comportamento das pessoas. Eles as ajudam a traduzir os seus pensamentos e emoções e entender os seus problemas. Eles conseguem compreender o significado do que o paciente está tentando transmitir.

    Jacques Lacan, psicanalista francês, propôs que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. O inconsciente seria aquele lugar onde boa parte dos nossos desejos, medos e emoções estão armazenados. Assim, de acordo com certas correntes filosóficas, os psicólogos seriam responsáveis por fornecer às pessoas que chegam ao seu consultório recursos suficientes para que possam se conscientizar desses aspectos inconscientes.

    Não podemos mudar nada sem entendermos a situação”.
    -Carl Jung-

     

    Características que ajudam a traduzir pensamentos e emoções

    Os psicólogos têm diferentes características que lhes permitem traduzir os pensamentos e emoções dos seus pacientes para uma linguagem que seja de fácil entendimento. Aqui mostraremos algumas dessas qualidades:

    • Empatia: é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Quando o psicólogo consegue se colocar no lugar do paciente, compreende de que forma e por que os problemas o afetam.
    • Comunicação: Paul Watzawick, um psicólogo austríaco, diz que a comunicação é a base do relacionamento que temos com os outros. Através dela, o psicólogo é capaz de traduzir o que o paciente pensa e sente.
    • Saber escutar: os psicólogos devem estar atentos ao que os pacientes dizem, para não perder informações importantes. Precisa ter autoconhecimento para separar os problemas dos pacientes em relação aos seus, para introduzir a menor contaminação possível na comunicação.

    Apoio emocional na terapia

    A linguagem não verbal

    Os gestos, as expressões, o tom de voz e as posturas também explicam como nos sentimos. Dessa forma, podemos transmitir informações muito valiosas das quais não estamos conscientes e que, portanto, não introduzimos no nosso discurso.

     Além disso, a expressão dos pensamentos e das emoções sofre com as limitações próprias da linguagem. Para decifrá-los, os psicólogos observam os seus pacientes. Por exemplo, a expressão facial que demonstram quando estão falando sobre um determinado problema, a maneira como se sentam ou as mudanças no olhar.

    O tom de voz é outro delator. Por exemplo, o tom da voz muda quando se fala sobre determinados assuntos? O paciente faz pausas? Fica em silêncio ou a sua respiração se altera? O volume da voz aumenta ou diminui? Todos os aspectos que listamos são importantes, pois ajudam o psicólogo a traduzir as ideias, as representações da realidade e os sentimentos dos pacientes.

    Quais técnicas os psicólogos mais usam?

    Abaixo, listaremos as técnicas mais utilizadas pelos psicólogos em uma consulta:

    • Técnicas cognitivas: Aaron Beck, um psiquiatra americano, propôs que existe uma relação entre os pensamentos e os sentimentos de uma pessoa e que eles podem ser reestruturados. O psicólogo os identifica e ajuda a restruturá-los como uma maneira de traduzi-los para uma linguagem relevante para o paciente.
    • O desenho ou a pintura: eles tornam o inconsciente consciente. Dessa forma, o psicoterapeuta ajuda a traduzir as ideias e emoções do paciente. Quando é difícil traduzir as emoções em palavras, elas podem ser demonstradas através do desenho.
    • Através da fala: O terapeuta reconhece os pensamentos e as emoções das pessoas quando estão conversando com elas.

    Homem fazendo terapia

    • Através do comportamento: o terapeuta leva em conta como o paciente age durante a terapia e como ele descreve seu comportamento fora dela. Por exemplo, ele se mostra agressivo, desinteressado, animado, muito emocionado?
    • Linguagem não verbal: em muitos casos, os psicólogos ajudam a traduzir pensamentos e emoções porque prestam muita atenção em como nos expressamos de maneira não verbal. Prestam atenção ao conteúdo, mas não se esquecem de levar em conta os gestos, a expressão facial e a postura corporal.
    • Trazendo o inconsciente à luz: a maioria dos psicólogos acredita que o inconsciente se manifesta de diferentes maneiras, como nos sonhos, na arte, nos erros ao falar ou nos esquecimentos. O psicólogo está atento a esse tipo de acontecimento, apontando-o para o paciente/cliente. É ele, em última análise, quem lhes dará sentido.
    • Psicodrama: é uma técnica criada por Jacob Levy Moreno na qual os pacientes representam/encenam o que acontece com eles. Mais tarde, o psicólogo ajuda o paciente a interpretar as representações, entendendo que elas foram capazes de manifestar alguns dos conteúdos do seu inconsciente.
    Em muitos casos, os psicólogos atuam como uma espécie de espelho, sinalizando as expressões que foram capturadas no paciente/cliente para que ele as interprete.

    Por outro lado, podem auxiliar na organização do discurso, deixando que em todos os momentos a iniciativa seja realizada pelo paciente/cliente e atuando como um tipo de suporte, para que o processo não perca a continuidade. É dessa forma que os psicólogos ajudam a traduzir os nossos pensamentos e emoções, para que possamos intervir sobre eles de forma consciente.

     


    Fonte: A Mente é Maravilhosa

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    A doença de estarmos constantemente ocupados

    Estamos em uma etapa da evolução humana em que entendemos e nos ensinam que, para ‘sermos alguém no mundo’, precisamos estar ‘constantemente ocupados’. Isso não é algo que causa estranhamento, já que certamente se você perguntar para alguém sobre como sua família está no momento, ela não saberia responder. Inclusive ela mesma, a nível emocional , não saberia responder como ela está. Por quê? Pela falta de tempo, por estarmos todos constantemente ocupados.

    É comum ter o pensamento de “quanto mais fazemos, mais valemos”, e isso tem origem numa sociedade materialista, onde a pessoa é priorizada de acordo com “quanto mais ela tem, mais ela é”. Poucos são os que têm uma consciência interna, aquela que verdadeiramente demonstra quem somos e para que estamos aqui. Estamos, então, diante de uma doença de tipo social? A resposta, de acordo com diversos estudos sociais realizados, é sim.

    “Colha as flores enquanto pode,
    pois velozmente o tempo voa.
    A mesma flor que hoje você admira,
    amanhã estará morta…”
    – Walt Whitman-

    As crianças também sofrem dessa doença

    Pergunte às pessoas sobre seu estado emocional e elas lhe dirão que estão cansadas. “Estou muito ocupado e fazendo mil coisas… não tenho tempo para pensar nisso”. O complicado não é percebermos apenas isso, mas sim que nossos filhos e jovens começam desde bem cedo com os hábitos que destroem a qualidade de vida, quando priorizar o crescimento pessoal deveria ser uma tarefa diária.

    relogio

    Vivemos sob normas e espaços temporais reduzidos, que nos empurram a demandar uma perfeição organizacional e mental, perdendo, com isso, parte do nosso ser. O desafio que lanço aqui se baseia em fazer a si mesmo as seguintes perguntas: Como acabamos vivendo assim? Quando foi que nos esquecemos de que somos “seres” humanos e não “fazeres” humanos?

    Esta doença de “estarmos constantemente ocupados” é intrinsecamente destrutiva para a nossa saúde e bem-estar. Ela enfraquece a capacidade de nos concentramos completamente naqueles que mais amamos e nos impede de nos tornarmos o tipo de sociedade que tanto exigimos paradoxalmente. Estar constantemente ativos realizando tarefas que impomos a nós mesmos não nos permite refletir, ser e nos tornarmos humanos completos.

    A tecnologia como aliada do ‘estarmos constantemente ocupados’

    A partir dos anos 50 impôs-se a nova era das inovações tecnológicas, produtos que prometem tornar nosso dia a dia mais fácil ou mais simples. Mesmo assim, hoje em dia continuamos com o mesmo, ou inclusive com menos tempo disponível do que algumas décadas atrás. Para alguns de nós, “os privilegiados”, a linha entre o trabalho e a vida pessoal desaparece. Sempre estamos com algum smartphone ou tablet, sem nos desconectar e não nos permitindo estar presentes nos momentos.

    smartphones

    Para algumas pessoas a realidade é diferente, já que precisam trabalhar em dois empregos para manter sua família. 20% das crianças dos Estados Unidos vivem em estados de pobreza e muitos de seus pais trabalham por salários muito baixos para poder permitir que eles tenham uma vida digna e tenham algo para comer no fim do dia. Estas pessoas, sim, estão verdadeiramente ocupadas.

    Em algumas culturas muçulmanas, para perguntar como uma pessoa está ou se está tudo bem, dizem em árabe, Kayf haal-ik? ou, em persa, Haal-eshomaa chetoreh? Haal é uma palavra usada para perguntar pelo lado espiritual no qual o coração de alguém se encontra.

    A tradução para o nosso idioma seria, então, “Como está seu coração neste exato momento?”. Por essa razão nosso “Tudo bem?” significa exatamente isso, queremos saber como a outra pessoa está se sentindo.

    Quando perguntamos com o coração não estamos interessados em saber quantos e-mails ainda estão pendentes, ou o tempo que você leva para fazer determinada coisa em seu trabalho. Perguntamos de forma sincera como sua alma está, como ela se encontra, e se está bem e saudável. Queremos saber se você ainda se lembra de que é um ser humano, que vive aqui e agora.

    conversa

    Nós convidamos você, como remédio para esta doença de “estar constantemente ocupado”, a colocar a mão no ombro da pessoa que ama, olhar em seus olhos e se conectar com ela por alguns instantes. Conte a ela o que seu coração pedir e conecte-se com seu coração. Todos, em algum momento, precisam se lembrar de que são seres humanos e de que precisam da essência dos outros para se sentirem vivos e plenos.

    “Alguns estão dispostos a qualquer coisa, menos a viver o aqui e o agora.”
    -John Lennon-

     


    Fonte: A Mente é Maravilhosa

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