Análise do filme “Uma Mente Brilhante” – Descrição de um Esquizofrênico
O filme Uma Mente Brilhante conta a história verídica de John Nash (Russell Crowe). O matemático ganhador do prêmio Nobel é desafiado pela vida ao descobrir-se esquizofrênico e com a ajuda da mulher, Alicia (Jennifer Connely), consegue dar a volta por cima e ignorar suas ilusões.
O agente Parcher recruta John para a missão de decodificar mensagens secretas. Ele é outra ilusão de Nash e origina-se do sentimento de exclusão de John após ter desvendado um código para o governo e, no entanto, não ser incluído na missão. Parcher constitui quase uma figura paterna para John, ele o incentiva e valoriza seu trabalho como matemático, porém com o tempo mostra-se perigoso e opressivo. Ele é a mais forte ilusão, desvirtua a realidade criando um mundo de conspiração que acentua a loucura de John.
Marcee é a doce ilusão, sinônimo de afeto e ternura para o protagonista. Sempre recepciona Nash com braços abertos a espera de um abraço. Junto com o tio Charles, ela representa o apoio necessário para John nas horas de estresse, confusão e solidão.
Por fim, a esposa Alicia é o que mantém John longe da ilusão. Ela é o exemplo de que para o esquizofrênico é importante a presença de um ser concreto que sempre o arraste do mundo ilusório no qual se inseriu e o traga de volta ao mundo real.
A aceitação da esquizofrenia é o primeiro passo para uma vida normal. As ilusões nunca deixarão de existir, mas a consciência de que elas são apenas ilusões abre a possibilidade de escolher ignorá-las. O segundo passo seria a construção de relações que forneçam estabilidade ao esquizofrênico, mantendo suporte para que ele consiga atravessar a ponte para a realidade sempre que necessitar.
A percepção é um problema não só para os esquizofrênicos, mas para os ditos “normais” também.
Fonte: Indelírios