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Técnica de estimulação do cérebro ‘reverte’ efeitos de Alzheimer


Em dois pacientes, região do cérebro associada à memória foi estimulada com eletricidade e voltou a crescer.


Cientistas canadenses estão trabalhando em uma técnica que talvez possa fazer algo tido como impossível: reverter o Mal de Alzheimer. Até o presente, acreditava-se que o encolhimento do cérebro, a deterioração de suas funções e a perda de memória associados à condição eram irreversíveis.

A equipe da University of Toronto está usando uma técnica conhecida como Estimulação Cerebral Profunda, que envolve a aplicação de eletricidade em certas regiões do cérebro. Em dois pacientes, o processo esperado de deterioração da área do cérebro associada à memória não apenas foi revertido como também voltou a crescer.

As conclusões do estudo foram anunciadas durante uma conferência da Society for Neuroscience em Washington, nos Estados Unidos, em novembro, mas ainda não foram publicadas.

A Estimulação Cerebral Profunda vem sendo usada em milhares de pacientes com Mal de Parkinson e, mais recentemente, Síndrome de Tourette e depressão. No entanto, não se sabe ainda com precisão como a técnica funciona.

O procedimento é feito sob anestesia local. Um exame de ressonância magnética identifica o alvo dentro do cérebro. A cabeça é mantida em uma posição fixa, uma pequena região do cérebro é exposta e eletrodos são posicionados próximo à região do cérebro a ser estimulada.

Os eletrodos são conectados a uma bateria que é implantada sob a pele perto da clavícula. Comentando o novo estudo, o professor John Stein, da University of Oxford, na Inglaterra, disse: “A maioria das pessoas diria que não sabemos por que isso funciona.”

A teoria de Stein é que, no Mal de Parkinson, células do cérebro ficam presas em um padrão de descargas elétricas seguidas por silêncios e, depois, novas descargas.

A estimulação contínua e em alta frequência perturbaria esse ritmo, sugere o especialista. Ele admite, no entanto, que “nem todo mundo aceitaria essa descrição”.

 

Mistério

Sabe-se ainda menos sobre que papel a estimulação do cérebro poderia ter sobre o Mal de Alzheimer.

No Mal de Alzheimer, a região do cérebro conhecida como hipocampo é uma das primeiras a encolher. Nela funciona o centro de memória, convertendo memória de curto prazo em memória de longo prazo.

Danos a essa região produzem alguns dos primeiros sintomas do Mal de Alzheimer: perda de memória e desorientação. Nos estágios finais da condição, células morreram ou estão morrendo em todo o cérebro.

O estudo canadense envolveu seis pacientes com a condição. A estimulação foi aplicada ao fórnix, a parte do cérebro que leva mensagens ao hipocampo.

O chefe do estudo, Andres Lozano, disse que o grau esperado de encolhimento do hipocampo em pacientes com Alzheimer é em média 5% ao ano.

Após 12 meses de estimulação, um dos pacientes teve um aumento de 5% e, outro, 8%. “Quão importantes são esses 8%? Imensamente importantes. Nunca vimos o hipocampo crescer em (pacientes com) Alzheimer em nenhuma circunstância”, disse Lozano à BBC. “Foi uma descoberta incrível para nós.”

“Esta é a primeira vez que se demonstra que a estimulação do cérebro em um ser humano faz crescer uma área do seu cérebro”

Em relação aos sintomas, o especialista disse: ‘Um dos pacientes está melhor após um ano de estimulação do que quando começou, então seu alzheimer foi revertido, digamos assim’.

Cedo

Lozano disse que experimentos feitos em animais demonstraram que esse tipo de estimulação pode criar mais células nervosas.

Stein disse estar “muito animado” com os primeiros resultados, mas o fator crítico seria poder demonstrar “se suas memórias melhoraram”.

Milhares de pacientes com Mal de Parkinson já foram tratados com Estimulação Cerebral Profunda.

A médica Marie Janson, da entidade beneficente britânica Alzheimer’s Research UK, disse que seria significativo se o encolhimento do cérebro pudesse ser revertido. “Se você pudesse retardar o começo do Alzheimer por cinco anos, você cortaria pela metade o número de pessoas afetadas.”

Para testar se a técnica está realmente funcionando e se assegurar de que o resultado obtido não foi um simples acaso, a equipe canadense vai fazer uma pesquisa maior. “Uma palavra de cautela é apropriada, isto é apenas o princípio e um número muito pequeno de pacientes está envolvido”.

Em abril, os pesquisadores pretendem inscrever cerca de 50 pacientes com grau médio de Alzheimer. Todos terão eletrodos implantados, mas apenas metade terá os aparelhos ligados.

A equipe vai comparar os hipocampos dos dois grupos para verificar se existem diferenças. Eles estão estudando especificamente pacientes com graus leves de Alzheimer porque dos seis pacientes estudados, apenas os dois que tinham sintomas leves melhoraram.

Uma teoria que estão considerando é que após um certo grau de danos, pacientes atingem um ponto a partir do qual não existe retorno.

 


Fonte: G1

7 coisas que você pode dizer para quem sofre de depressão


hikrcn via Getty Images


A depressão pode ser uma batalha monstruosa e massacrante. Ela cobra um alto preço emocional e físico. É uma doença que carrega estigma. Mas talvez uma das maiores dificuldades para quem sofre de depressão seja a sensação de que ninguém mais no mundo possa realmente entender o que você está passando.

Essa sensação de isolamento oferece uma das maiores oportunidades de ajuda, explica Gregory Dalack, responsável pelo departamento de psiquiatria da Universidade de Michigan.

“A chave é a pessoa [deprimida] saber que você entende que ela está doente”, diz ele ao The Huffington Post. “Muita gente vê a depressão como uma espécie de falha de caráter. É importante mostrar para quem está deprimido que você sabe que se trata de uma doença que precisa de tratamento.”

A verdade é que não é fácil lutar contra a depressão – mas você não precisa sofrer da doença para consolar quem sofre dela. Se você quer ajudar quem sofre de depressão mas não sabe exatamente o que dizer, especialistas em saúde mental oferecem as sete sugestões abaixo – e explicam por que esse tipo de frase ajuda.

 

1. “Estou aqui.”

support


 

Pequenos gestos podem significar muito, diz Dalack. Dizer que você está à disposição – e demonstrá-lo – ajuda mais do que você imagina. “É preciso refletir um pouco para dar apoio”, diz Dalack. “Familiares, amigos e parceiros têm dar apoio sem fazer críticas – mesmo que seja simplesmente ajudando a marcar uma consulta, a tomar remédios ou a manter a rotina.”


 

2. “Você não está sozinho.”

Estar deprimido parece dirigir um carro sozinho num túnel escuro. É importante que as pessoas queridas deixem claro para quem sofre da doença que elas não têm de passar por isso sozinhas, diz Adam Kaplin, professor associado dos departamentos de psiquiatria e neurologia da Universidade Johns Hopkins.

“Pode parecer uma desolação terrível”, diz Kaplin. “É importante lembrar [os doentes] de que as sensações são temporárias e que você está lá para eles. Diga: ‘somos nós dois contra a depressão, e vamos ganhar’.”

 

3. “Não é culpa sua.”

hugging friend

Lembrar as pessoas queridas que elas não têm culpa por estarem deprimidas é crucial no processo de cura, diz Dalack. “Às vezes, pessoas que sofrem da doença acham que há algo errado com elas”, explica ele. “Quando você está gripado, não lembra como é estar bem. Quando seu cérebro é o alvo principal da doença, é ainda mais difícil. Sua cabeça é afetada junto com seu corpo – mas você acha que é culpa sua. É importante deixar claro que você entende que a depressão é uma doença, assim como a gripe é uma doença.”

Para aqueles que não entendem as nuances complicadas da depressão, pode parecer lógico pedir para alguém “segurar a onda” ou perguntar qual o motivo de tanta tristeza. Mas frases assim sugerem que a depressão foi uma escolha, diz Dalack.

“Isso dá a entender que a pessoa está fazendo alguma coisa para ficar deprimida”, diz ele. “Não se trata de uma escolha, assim como não é uma escolha pegar uma gripe. Você não pediu para ficar gripado e não vai se curar só com a força do pensamento. Se não pensarmos da mesma maneira sobre a depressão, maiores as chances de que as pessoas se vitimem.”


 

4. “Eu vou com você.”

Isso vale para consultas com o terapeuta, com médicos ou até mesmo para ir à farmácia. “Não existe cura do dia para a noite, mas estar presente ajuda muito no tratamento”, diz Dalack. “A única coisa mais difícil do que incentivar alguém a se tratar é garantir que a pessoa complete o tratamento. Oferecer companhia significa apoio, indica que é uma doença tratável e que não vai embora sozinha.”


 

5. “O que eu posso fazer por você?”

comforting friend

Outra maneira de dar apoio é fazer algo concreto, diz Kaplin. Sair para uma caminhada ou simplesmente fazer companhia em casa – você sinaliza de que está à disposição para os momentos difíceis. Isso também indica uma rotina diária normal.

“É importante incentivar as pessoas que sofrem de depressão a se manter ocupadas para que o equilíbrio do dia-a-dia não seja comprometido”, diz ele. “Isso inclui uma rotina de sono, de alimentação, de exercícios físicos e de socialização. Parece simples, mas é crítico.”


 

6. “Em que você está pensando?”

Kaplin também reforça a importância de manter contato frequente com as pessoas queridas enquanto elas lutam contra a doença. Isso inclui discutir eventuais pensamentos suicidas, por mais desconfortável que seja.

“Não tenha medo de perguntar o que os doentes estão pensando”, diz Kaplin. “A depressão pode ser uma doença fatal. O silêncio é uma grave ameaça para essas pessoas. Fazer perguntas não vai piorar o estado de ninguém – não perguntar representa o risco de deixar de saber algo terrível.”

Mas como abordar o assunto dos pensamentos suicidas? Kaplin diz que a compaixão é o melhor caminho. “Você precisa normalizar os pensamentos, mas estigmatizar o comportamento”, diz ele. “Explicar que é normal ter esse tipo de pensamento quando se está deprimido, mas que o suicídio por causa desse tipo de pensamento não deve ser uma opção.”


 

7. Nada.

arm around friend

Às vezes, só a sua presença pode ser apoio suficiente para quem está lutando contra a depressão, diz Kaplin. Você acha que é um pequeno ato, mas na verdade pode ser um grande gesto.

“Um componente importante da ajuda é simplesmente aparecer”, diz ele. “Atos e palavras são igualmente importantes. A pessoa sabe que você não desistiu. Mostra que você está presente.”

 


Fonte: BrasilPost

 

Salvar

Saiba Mais sobre Psicoterapia


A Psicoterapia é um método de tratamento, uma aplicação dos conhecimentos da Psicologia e da Psicopatologia na clínica psicológica, sendo também chamada de Psicologia Clínica.

A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como transtornos psicopatológicos, distúrbios psicossomáticos, crises existenciais , estados de sofrimento, conflitos interpessoais, etc.

A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento e amadurecimento, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos e transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um.

A Psicoterapia oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões relacionamento interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos, favorecendo a ocorrência de inúmeras doenças.

Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida, oferecendo um espaço de aprendizado, com instrumentos e conhecimentos que podem ajudar na orientação e condução da vida. Esta função torna-se fundamental em situações de desestruturação decorrente de crises ou casos de imaturidade psicológica, quando a pessoa se sente verdadeiramente inapta para lidar com os enfrentamentos e dificuldades em sua vida.

 

ALGUMAS APLICAÇÕES DA PSICOTERAPIA

A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da pessoa, com resultados evidentes em diversas situações como:

  • tratamento de transtornos psicológicos como transtorno do pânico, fobias, transtorno dissociativo, depressão, anorexia, estresse pós traumático etc.
  • tratamento de transtornos de personalidade  como transtorno borderline, transtorno esquizoide, transtorno paranoide, etc.
  • trabalho sobre conflitos pessoais, conjugais, familiares, interpessoais e grupais que podem produzir ou contribuir para o sofrimento psicológico.
  • elaboração de crises existenciais, de transições difíceis (luto, crises profissionais, etc.) e dificuldades nas mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.)

A Psicoterapia pode trazer enormes benefícios como:

  • desenvolvimento da capacidade de auto-gerenciamento,  aprendendo a dialogar com os estados internos, a regular os estados emocionais e adquirir autonomia.
  • desenvolvimento da capacidade de auto-observação e autorreflexão
  • sair dos padrões estereotipados e criar novas narrativas de si, novos modos de compreender e conduzir a própria vida
  • desenvolver habilidades interpessoais como capacidade empática – saber se colocar no lugar do outro -, capacidade de comunicação,  assertividade, resolução de conflitos, etc.
  • fortalecimento psicológico – ampliação da resiliência –  para aumentar a tolerância e a capacidade de crescer com as dificuldades que a vida apresenta.
  • favorecer a saúde integral, física e psicológica
  • busca de sentido existencial
  • amadurecimento psicológico

 

UMA ABORDAGEM INTEGRADA

A Psicologia Clínica ocupa um lugar fundamental na área da saúde, por oferecer uma visão integrada do ser humano,  incluindo as dimensões psíquica, orgânica, social e espiritual agindo conjuntamente na produção da existência humana, assim como de seus equilíbrios e desequilíbrios.

Não é possível hoje se falar em “doenças orgânicas” sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional, sendo evidente a natureza psicossomática da existência humana.

Já há algum tempo as pesquisas científicas tem demonstrado que as experiências de vida influenciam diretamente o processo de ativação genética, assim como influenciam as mudanças estruturais que ocorrem no cérebro. Deste modo torna-se cada vez mais artificial a distinção entre doenças mentais e doenças orgânicas (1).

Cada ser humano – psicossomático por natureza – vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças, quer se manifestem mais no corpo ou na “mente”, sofrem forte influência dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida. Os aspectos psicológicos participam não somente da formação de muitas doenças como tem um papel fundamental na sua recuperação.  A psicoterapia oferece recursos importantes para uma compreensão mais ampla do processo de adoecimento assim como estratégias para uma vida mais saudável e integrada.

 

AS ABORDAGENS TEÓRICAS

Há diversas escolas teóricas na Psicologia que podem ser agrupadas em cinco principais perspectivas, com seus ramos e derivações:

– Psicodinâmica (Psicanálise, Psicologia Analítica, etc)

– Humanista (Gestalt, Psicodrama, etc)

– Corporal (Reichiana, Bioenergética, etc)

– Cognitivo-comportamental

– Sistêmica

A diversidade decorre tanto da complexidade do tema – a psique humana – como da origem e desenvolvimento da Psicologia a partir da influência de diferentes ramos do conhecimento, da Filosofia, da Medicina, das Religiões, etc.

No geral, as diferentes abordagens teóricas apresentam alguns elementos básicos, como: (1) uma teoria sobre o funcionamento menal, (2) uma teoria do desenvolvimento, (3) uma explicação sobre a origem do sofrimento (psicopatologia) e (4) uma visão sobre o processo terapêutico.

Ultimamente tem sido comum que terapeutas de uma abordagem teórica utilizem técnicas originadas em outras escolas. A busca de melhores resultados na clínica parece estar promovendo estes intercâmbios. Talvez isto indique um movimento na Psicologia de integração entre as diferentes abordagens teóricas.

 

OS TIPOS DE PSICOTERAPIA

Há alguns tipos de psicoterapia, conforme as necessidades e a configuração dos problemas, sendo o s principais:

  • Psicoterapia Individual para crianças, adolescentes, adultos e idosos.
  • Psicoterapia de Grupo
  • Psicoterapia de Casal
  • Psicoterapia de Família
  • Psicoterapia Institucional

 

OS PRAZOS VARIAM COM OS OBJETIVOS

Um século de pesquisas e desenvolvimento permitem que aPsicoterapia alcance resultados cada vez maiores e mais significativos.

No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados e à gravidade do problema.

Há vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em objetivos específicos. Atualmente é possível atingir resultados significativos em períodos de 6 a 12 meses e há processos terapêuticos mais profundos que se encerram satisfatoriamente em prazos inferiores a 3 anos.

Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais demorado, geralmente com problemática mais séria, envolvendo traumas precoces, desorganização psicológica, problemas vinculares, imaturidade psicológica etc.  Estes trabalhos podem exigir anos de trabalho contínuo, compensados por mudanças significativas que o trabalho psicoterapêutico pode propiciar.

Algumas pessoas encontram na terapia um ambiente fundamental de acompanhamento de seu processo de vida, de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, onde são trabalhadas transformações profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um prazo definido, em comum acordo entre o profissional e o cliente.

Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares(2). A psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados, trazem enormes prejuízos financeiros para as pessoas, as famílias e mesmo para a economia do país (3).

Os tratamentos psicológicos demonstram uma grande potência de transformação das vidas, compensando os investimentos realizados.

 

O VÍNCULO NA PSICOTERAPIA

O ser humano nasce, cresce e vive em ambientes vinculares . Destes ambientes depende seu bem estar e suas realizações na vida. Os problemas vinculares – da primeira infância à terceira idade – afetam profundamente a capacidade que as pessoas têm de amar, trabalhar e viver. A psicoterapia é um espaço para se esclarecer e transformar estas dificuldades vinculares. Este processo ocorre através de uma relação saudável com um profissional eticamente comprometido e tecnicamente qualificado.

A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se desenrola num enquadre clínico com um vínculo que favorece este processo. Aí está um dos segredos desta arte  e ciência: criar um ambiente que permita a revelação do mundo interno e favoreça o desenvolvimento do processo singular de cada um. Neste clima é possível que o ser mais oculto e amedrontado  se mostre, seja ouvido e transforme-se, que o processo formativo possa prosseguir formando vida.

 

POR QUE A PSICOTERAPIA FUNCIONA ?

As pesquisas demonstram uma grande eficácia da psicoterapia (4).Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar como o tratamento psicológico age transformando o funcionamento cerebral. A eficácia do tratamento psicológico, que já era conhecida há várias décadas, tem sido corroborado recentemente pelos novos conhecimentos das neurociências (5).

Existem centenas de livros e pesquisas explorando e explicando porque a psicoterapia funciona. Porém, como simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para tentar entender um pouco sobre a efetividade da psicoterapia.

No início da lista, organizada num continuum que vai do mais simples ao mais complexo, temos aqueles motivos que são comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são próprios da psicoterapia, até aqueles que lhe são exclusivos – possíveis pelo meticuloso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua trajetória de formação profissional.

Eis alguns motivos pelos quais a psicoterapia funciona:

1 Ao dividir um problema você passa a ter “meio” problema.

Compartilhar ajuda a aliviar a carga emocional e o sofrimento

 

2 Os vínculos de ajuda têm um poder curativo.

É mais fácil superar as dores através de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de compreensão e apoio.

 

3 O psicólogo clínico (psicoterapeuta) é um outro

com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível. Assim, a psicoterapia faz você parar para refletir sobre a própria vida. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento da experiência de vida.

4 O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na compreensão do que ocorre com você, auxiliam a identificar o que pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudanças de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento, o psicólogo pode apontar o que olhar, como olhar e o que fazer com o que se descobre, para que estas descobertas possam ser construtivas em sua vida.

5 O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada ou a uma conversa comum. Há um amplo espectro de técnicas de investigação psicológica que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz.

6 O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que ajudam a realizar mudanças psicológicas profundas.

7 O psicoterapeuta está preparado para te  compreender a partir do vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e consequentemente com “os outros”) e assim poder compreender seus modos de vinculação e suas dificuldades nos relacionamentos.

8 O psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica no vínculo com você. Esta relação funciona como catalisador de processos de mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de relacionamentos anteriores.

9 O psicoterapeuta passou por todos estes passos anteriores, tendo estado em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador, o que o habilita a “sentir-se em casa” em situações difíceis , poder caminhar por terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber ajudar seu cliente a encontrar um caminho de melhora.

10 O psicoterapeuta inicia seu cliente num caminho de transformação pessoal. Isto é possível porque o psicoterapeuta tem um know-how, um saber fazer que vai além do conhecimento formal, da teoria e da técnica. É um saber baseado na experiência, experiência de vida e experiência da clínica.

Esta lista poderia ser estendida e aprofundada, mas pretendemos com ela dar uma ideia ao público leigo da natureza do trabalho da Psicologia Clínica numa linguagem diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia.

 

UM CAMINHO DE MUDANÇA

O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Neste túnel você vai rever muitas cenas da historia da sua vida de um ângulo completamente novo, fazendo conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado para moldar quem você é hoje e a potência do presente para construir novas possibilidades de vida.

Na travessia deste túnel você vai aprender a reconhecer os seus padrões de comportamento que levam você a se comportar de modo parecido em situações diferentes, muitas vezes “repetindo os mesmos erros”. Você vai aprender a reconhecer o “como” do seu comportamento, como você age, como se relaciona, como pensa, como sente e vai aprender caminhos para poder influenciar e transformar estes padrões.

Esta é uma travessia acompanhada, acompanhada de alguém que pode ajudar você a se compreender. Alguém que pode te ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar e a se conhecer profundamente. É uma travessia que pode mudar profundamente a sua vida.


Fonte: Artur Scarpato: Psicologia Clínica  por Artur Thiago Scarpato



 

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Mr. Jones: filme levanta questões sobre bipolaridade


Estrelado por Richard Gere, a obra ajuda a entender melhor como funciona a doença


O ator Richard Gere, no filme ‘Mr. Jones’, interpreta Jones, um homem de 36 anos charmoso, impulsivo e irresistível, que atrai a atenção das mulheres pelo encanto e energia vital. O comportamento começa a estranhar quando ele intercala momentos de euforia com enormes desesperos, o que leva a psiquiatra Elizabeth Bowen, representada por Lena Olin, a ajudá-lo.

Embora o filme seja de 1993, levanta uma questão séria e sempre atual a respeito da bipolaridade, também conhecida como Transtorno Bipolar. Trata-se de uma patologia clínica que afeta 4,2 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria e bastante banalizada pelos leigos.

 O filme aborda assuntos interessantes sobre identidade e como os diferentes estados de ânimo que enfrentamos são determinados por desequilíbrios químicos do cérebro. Nele, o personagem principal confronta sua psiquiatra diversas vezes afirmando que ele não é doente. E que a “doença” faz parte de quem ele é.
De acordo com a psicóloga, Elaine di Sarno, o conceito de identidade é muito escorregadio e questiona até que ponto somos determinados pela nossa neuroquímica. A especialista vai além e estimula um pensamento: se tomássemos uma pílula que modificasse os nossos estados de ânimo completamente, deixaríamos de ser nós mesmos?

Ela responde: “Na medida em que podemos alterar os nossos cérebros mais radicalmente, ele terá que ser repensado totalmente”, escreve em seu site.

A informação a respeito da doença ainda é o melhor caminho para entendê-la: como funciona e acontece o tratamento do transtorno com origem psiquiátrica e caracterizado pela alternância de crises de euforia, as chamadas manias, e de depressão.

As crises podem durar dias ou até semanas. As manifestações de euforia deixam a pessoa agitada, agressiva, com excesso de autoconfiança, aumento da libido, diminuição do sono e comportamentos compulsivos.

Quase 60% dos casos de bipolaridade surgem como depressão. Confundi-la com outras doenças, como a esquizofrenia, é comum em transtornos mentais. Para descobrir o transtorno bipolar, os médicos dependem de um diagnóstico clínico e sintomas do paciente.

O diagnóstico precoce sem dúvidas permanece na lista de prioridades para detectar a doença, que não tem cura. O tratamento acontece com ajuda médica e medicamentos. Outras medidas são manter um estilo de vida saudável, com rotinas de horário para dormir e acordar, restrição do uso de estimulantes, como a cafeína e drogas, além de terapias individuais.

 


Fonte: Mais Equilíbrio

A depressão masculina


Como identificar um dos maiores males psicológicos que acomete os homens


A depressão masculina se configura com elementos muito particulares, reservados aos homens. Há a necessidade de tratá-la de forma diferenciada.

A depressão, quando não tem causas essencialmente orgânicas é resultante de uma combinação de fatores como histórico pessoal, traços de personalidade, cultura e elementos externos que disparam um processo silencioso de corrosão da capacidade de sentir prazer na vida, equilíbrio da negatividade ou de resiliência frente aos impasses.

A nossa cultura cria imagens simbólicas do que é sucesso ou fracasso baseadas em nacionalidade, gênero, religião, etc. Por exemplo, se uma mulher não se casa virgem num país, pode morrer por isso (literalmente). Já em outro, essa mesma situação é facilmente reconhecida como um completo absurdo.

 Na queda de braço entre a pressão externa e a capacidade interna de corresponder à essas expectativas, o homem parece se debater com demônios diferentes das mulheres. Se, para elas, pesa o fato de estar solteira, não ter filhos ou serem vistas com descaso quando se mostram livres, o mesmo não ocorre com os homens, que sofrem de outras pressões.

Sinais da depressão masculina

Dificilmente um homem vai procurar ajuda porque está deprimido, normalmente a queixa dele é:

  • Estou cansado;
  • Não aguento meu chefe/trabalho;
  • Tenho raiva de tudo e estou perdendo o controle com facilidade;
  • Minha parceira está reclamando do meu jeito;
  • Minha família acha que tenho um problema, mas eles estão “viajando”.

Além desses, há alguns sinais que valem atentar.

 

Ele não admite estar fragilizado

O primeiro sintoma da depressão masculina é não ter a capacidade de reconhecê-la por conta própria. Normalmente, a pessoa em depressão desconfia que perdeu o fôlego para viver, que está desproporcionalmente triste.

O ponto-cego da depressão que acomete o homem é a de não poder admitir que tem uma fraqueza, muito menos emocional.

Ele pode dizer que está chapado ou fora de si, mas nunca abatido ou emocionalmente fragilizado.

Brad Pitt enfrentou problemas com drogas e depressão durante os anos 90

Não consegue identificar o que sente

Outro aspecto é uma inabilidade para avaliar suas próprias emoções e dar nome aos bois.

O vocabulário emocional do homem costuma se restringir, com bonitas exceções, a sensações corporais como “cansado”, com um “troço no peito”, tesão e, no máximo, uma emoção vista como viril que é a raiva.

Angústia, medo, tristeza, desesperança, insatisfação, desencantamento, desapontamento, decepção, culpa, inveja, estão fora do campo de autoanálise de grande parte dos homens.

Ele sente as dores emocionais no corpo

O terceiro viés da depressão masculina é que ela raramente é percebida claramente, com a sua propriedade sutil. Na maior parte das vezes, é vista como uma dor no corpo que o homem carrega por dias, sem compartilhar com os outros que sente.

Ele vai ficar curvado, calado, recluso e perder produtividade, mas dificilmente vai confessar uma fragilidade.

Você notará a depressão masculina quando o rendimento profissional dele cair, quando começar a agir de um modo estranho no seu relacionamento familiar ou amoroso, quando começar a fazer mais uso de álcool ou outras substâncias químicas e até quando ele ficar fisicamente doente. Da boca dele não sairá nenhuma queixa.

Ele acha que não deve incomodar os outros

O quarto ponto crítico é que, quando as pessoas percebem o quadro, ele já está instalado nas entranhas da mente desse homem. Não é incomum que as pessoas descubram quando ele já cometeu suicídio.

Essa atitude para o homem é vista como uma tentativa de poupar os outros de carregá-lo como um peso na vida delas. Só a imagem de ver familiares e amigos se movimentando para cuidarem dele já causaria calafrios e, para evitar esse “transtorno” na vida dos outros, ele prefere se sacrificar.

Pensando nesses aspectos, é muito mais fácil notar o motivo pelo qual homens morrem tão precocemente. Muitos que se deixam entregar por um diabetes mal cuidado, um problema cardíaco, uma compulsão por álcool ou tabaco, podem ter como pano de fundo uma auto-destrutividade não detectada como depressão.

* * *

O lugar que a nossa cultura construiu para o homem é uma gaiola psicológica bem pequena.

A solidão masculina é um fator que contribui para a construção dessa jaula social que cria uma barreira invisível entre os amigos homens. Eles não se sentem à vontade para abrir seus medos, dores e desilusões pessoais.

Numa realidade complexa e com muitas sutilezas emocionais, o homem fica paralisado, pois não foi treinado para lidar com a amplitude de identidades à nossa disposição. Ser apenas mais um macho-provedor está longe de dar conta do recado.

Então ele desenvolve um psiquismo fragmentado. Dentro de si guarda as velhas noções de masculinidade, mas externamente se adequa a uma mentalidade livre de papéis restritos. Isso causa uma sensação de isolamento. As revistas e programas de TV voltados ao público masculino tendem a reforçar os estereótipos. Não se abrem espaços para discussões maduras e sérias sobre os dramas masculinos.

O resultado é uma apatia existencial que se manifesta por meio do famoso “o que vier é lucro”. Uma postura destituída de valores e questionamentos. Ganhar dinheiro, transar, tomar umas com uns amigos e já está bom demais.

–Trecho do texto sobre Solidão Masculina

No texto sobre prisões masculinas enumero várias grades emocionais e obstáculos com as quais os homens convivem.

Nunca nos perguntamos sobre as angústias de alguém que se fantasia de vencedor e depois não consegue se desgarrar dessa ilusão. Como você se sentiria em viver sem a liberdade de perder, fraquejar, descansar e errar?

(…)

Pode parecer um luxo de classe privilegiada falar do sofrimento em estar no topo. Porém, quero deixar claro um ponto. O homem que tem a pretensão de sempre  ser o Alpha está num processo silencioso de ameaça frente às condições de falência ao longo da existência.

–Trecho do texto sobre Prisões Masculinas

Quando levamos essas travas em consideração, fica mais compreensível porque muitos homens gritam ou agridem quando se sentem minimamente acuados em suas posições pessoais: eles próprios são seus mais fiéis e implacáveis críticos.

Jon Hamm apresentou depressão aos 20 anos de idade

Quando alguém lembra um homem de que ele age como um egoísta, inconsequente, arrogante, machista, inexperiente ou imaturo, sua primeira reação costuma ser gritar para manter um mínimo de dignidade pública, ainda que, lá no fundo, ele próprio desconfie das suas convicções.

Uma nota importante: é preciso olhar com muita delicadeza para um homem que se mostra ferozmente convicto de quase tudo. Quanto maior a blindagem, mais frágil o conteúdo do cofre.

Os homens mais duros, irascíveis, casca-grossas e extremistas que conheci e atendi no consultório tinham uma beleza poética guardada à sete chaves e que não admitiam nem para os seus próprios pensamentos.

O herói, invencível, poderoso, livre, realizador

Temos alguns ideais de masculinidade que podem ser decupados dentro de arquétipos.

O herói é aquele que triunfa diante dos desafios, aquele que vence o cansaço, o medo e que mesmo diante de desafios impossíveis derrota o dragão. Essa é a imagem que circula no imaginário masculino como a única opção existencial digna de consideração.

O invencível é quem não perde uma batalha e, mesmo que esteja vergado no chão, ainda conta para si a história de que a jornada não chegou no final, pois se ainda não venceu é porque não acabou. É o discurso da recusa à desistência legítima.

O poderoso pode ser tanto por não se entregar ao comportamento de ser produtivo, gerar dinheiro, status de poder ou por ir ao extremo disso. Então, seja por uma moralidade imaculada ou prostituída, o homem se debate sempre pelo lugar de destaque. Para ele, ser mediano é um tipo de inferno pior do que o descrito por Dante.

Hugh Laurie luta contra depressão crônica

Livre, leve, solto e sem vínculos intermináveis, é isso que busca o homem que sente alergia quando pensa em qualquer coisa que seja “para sempre”. Um trabalho, uma parceira, um carro, não importa, qualquer vínculo que simbolicamente o “prenda” será visto como um inimigo.

Se o homem não se sente ativo e realizador, com a mão na massa ou desembaraçando algum problema, como um MacGyver, ele percebe a si mesmo como sendo menos homem. Os filmes de aventura e ação estão recheados desses ícones de homens que resolvem a coisa toda, mesmo que seja na porrada.

Em maior ou menor grau, os homens almejam atender a essas expectativas.

O fracassado, frágil e sonhador

E todos o universo de homens que não consegue sustentar os valores cultivados acima por mais de 6 meses sem sucumbir a uma síncope?

Esses – todos nós – são os grandes candidatos à depressão masculina.

Quase tudo confronta o ideal impossível que citei ali em cima, desde perder no poker, fazer dívidas impagáveis (para sustentar uma vida que não pode bancar), ficar fugindo do sentimento de amor que bate à porta, se sentir envergonhado por ser mais tímido ou desengonçado do que gostaria, broxar… enfim, a lista é interminável.

O lugar imaginário no qual o homem se coloca (e tenta se sustentar, mesmo sofrendo indigestão emocional) é basicamente a antítese da composição da vida. Ela é frágil, falível e facilmente extinguível.

A depressão masculina é um tipo de lembrete da própria humanidade do homem que é chacoalhado em sua tentativa de se defender dos seus próprios medos.

Se um homem pudesse dar atenção à voz silenciosa que vem de seu íntimo, ouviria algo como: “Está tudo bem se você não for um campeão. Quantos momentos felizes você já não viveu fora do pódio?”

A “cura” da depressão masculina está mais numa mudança individual e coletiva que se abre para a construção de homens múltiplos possíveis do que numa corrida do ouro para provar quem é o mais fodão.


Fonte: Papo de Homem - publicado em 07 de Maio de 2015, 00:05

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Diferença de transtorno antissocial e psicopatia


Quase todos nós conhecemos alguém que tem um transtorno de personalidade, muitas vezes só não sabemos identificar qual é, porém, é muito comum (eu acredito) vocês identificarem alguém com o transtorno antissocial. Essas pessoas são caracterizadas por um histórico de fracasso em acatar normas sociais.

 

Comportamento de quem tem transtorno antissocial

As pessoas que tem este transtorno de personalidade demonstram um comportamento que a maioria considera inaceitável, como por exemplo, furtar de amigos e da família.

Eles tendem a ser irresponsáveis, impulsivas e falsos. São predadores sociais que encantam, manipulam e progridem na vida de modo implacável, deixando para trás um grande número de corações partidos, expectativas frustradas e carteiras vazias. Demonstram ausência completa de consciência e empatia, apossam-se de modo egoísta daquilo que desejam e fazem o que bem entendem, violam normas e expectativas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento. Quem são essas pessoas? Tenho certeza de que você lembrou-se de alguém não é? rs

 

Transtorno antissocial

 

Descrição clínica

Os portadores do transtorno da personalidade antissocial costumam ter longo histórico de violação dos direitos das demais pessoas (Widiger e Corbitt, 1995). Muitas vezes são considerados violentos porque conseguem o que desejam, indiferentes às preocupações dos outros. Mentir e enganar parece ser um traço adquirido e, muitas vezes, demonstram ser incapazes de estabelecer a diferença entre a verdade e as mentiras que inventam para atingir suas metas. Não demonstram remorso ou preocupação a respeito dos efeitos, algumas vezes danosos, de seus atos. O abuso de substâncias é comum, ocorre em 83% dos portadores e parece ser um padrão permanente.

O transtorno da personalidade antissocial teve diversas designações ao longo dos anos. Um deles foi à psicopatia, porém, existem diferenças entre os dois.

transtorno antissocial

 

Critérios para definir um psicopata segundo Hervey C leckley

Características definidoras incluem atração superficial e boa inteligência, inexistência de delírios ou outros sinais de pensamento irracionais, ausência de “nervosismo” e de outras manifestações psiconeuróticas, ausência de confiabilidade, falta de veracidade e insinceridade, inexistência de remorso ou vergonha, comportamento antissocial motivado inadequadamente, julgamento precário e incapacidade para aprender com a experiência, egocentrismo patológico e incapacidade de amar, insuficiência geral das principais reações afetivas, perda específica da percepção intuitiva, inexistência de correspondência nas relações interpessoais em geral, comportamento estranho e sem proximidade e, por fim, incapacidade para seguir um plano de vida. Podemos observar que o psicopata tem indícios de transtorno antissocial, algumas coincidências, porém, características diferentes.

 

 

 

transtorno antissocial

Particularmente, conheci algumas pessoas com indícios de transtorno antissocial ou psicopatia, alguns “chefes”, por exemplo, que pareciam não ter capacidade de amar, não se importavam com o sofrimento dos subordinados, apenas com cumprimento de horários e metas. Sofremos com pessoas deste tipo de personalidade e  mesmo que não possamos mudá-los, é bom entendê-los para procurar de alguma forma nos proteger.

transtorno antissocial

 


Fonte: Ganhe Sempre Mais - por Socorro Bernardes

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Análise do filme “Uma Mente Brilhante” – Descrição de um Esquizofrênico


John Nash - esquizofrênico

Pôster de Divulgação

O filme Uma Mente Brilhante conta a história verídica de John Nash (Russell Crowe). O matemático ganhador do prêmio Nobel é desafiado pela vida ao descobrir-se esquizofrênico e com a ajuda da mulher, Alicia (Jennifer Connely), consegue dar a volta por cima e ignorar suas ilusões.


John Nash é uma pessoa conduzida por padrões que tem dificuldade nas relações interpessoais. Ele é o estranho do grupo, introspectivo, frio, fracassado nas tentativas de conquistar uma mulher e acredita que sua inteligência pode levá-lo a “idéia original” que falta aos matemáticos da época.
Na faculdade de Princeton, Nash conhece o colega Charles (Paul Bettany) que na realidade é o primeiro fruto de sua doença. Charles nasce da necessidade de John de se sociabilizar, ele é a expressão das características que John não consegue desenvolver nele mesmo. O ser ilusório representa o lado humanista ausente no personagem principal.

O agente Parcher recruta John para a missão de decodificar mensagens secretas. Ele é outra ilusão de Nash e origina-se do sentimento de exclusão de John após ter desvendado um código para o governo e, no entanto, não ser incluído na missão. Parcher constitui quase uma figura paterna para John, ele o incentiva e valoriza seu trabalho como matemático, porém com o tempo mostra-se perigoso e opressivo. Ele é a mais forte ilusão, desvirtua a realidade criando um mundo de conspiração que acentua a loucura de John.


Marcee é a doce ilusão, sinônimo de afeto e ternura para o protagonista. Sempre recepciona Nash com braços abertos a espera de um abraço. Junto com o tio Charles, ela representa o apoio necessário para John nas horas de estresse, confusão e solidão.


Por fim, a esposa Alicia é o que mantém John longe da ilusão. Ela é o exemplo de que para o esquizofrênico é importante a presença de um ser concreto que sempre o arraste do mundo ilusório no qual se inseriu e o traga de volta ao mundo real.


A aceitação da esquizofrenia é o primeiro passo para uma vida normal. As ilusões nunca deixarão de existir, mas a consciência de que elas são apenas ilusões abre a possibilidade de escolher ignorá-las. O segundo passo seria a construção de relações que forneçam estabilidade ao esquizofrênico, mantendo suporte para que ele consiga atravessar a ponte para a realidade sempre que necessitar.


Um elemento que diferencia o filme é o jogo feito com a percepção do público. Vemos o mundo como John vê o mundo, então seu comportamento parece normal. Muitos vêem normalidade em tudo que se passa inicialmente e alguns até vacilam na decisão se John é ou não esquizofrênico ou tudo seria conspiração russa.
O fato é que as provas de que algo estava errado foram apresentadas, sutilmente, desde o principio e muitos não notaram. Por exemplo: as vozes das ilusões sempre vinham antes de suas aparições; na cena em que Marcee corre entre os pombos eles continuam a se mover como se não houvesse ninguém ali; as expressões faciais de estranheza das pessoas ao redor de Nash quando ele falava com uma das ilusões.

A percepção é um problema não só para os esquizofrênicos, mas para os ditos “normais” também.


Fonte: Indelírios

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