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Depressão é a dor de apenas existir, é quando perdemos de vista o sentido de viver.


a dor de acordar e não ter forças para enfrentar o dia, de sentir o peso das horas que parecem não passar nunca, de sentir que toda a sua disposição e energia ficaram na cama e que, de alguma forma, você terá que arrumar meios para enfrentar o dia.

É a dor de querer que a semana passe rápido e de tentar passar as horas do final de semana dormindo, de querer um remédio que te faça dormir e acordar só quando tudo estiver bem.

Vemos tudo à nossa volta de uma forma bonita e parece que o preto e branco pertence apenas a nós, que a luz só brilha lá fora e que a escuridão insiste em residir dentro da gente.

A dor de não ver graça nas coisas simples e fantásticas da vida. Aquela tarde chuvosa que te leva a assistir um bom filme, enrolada no cobertor comendo o seu brigadeiro de panela foi substituída por ficar deitada olhando para o nada, pensando em tudo e chorando. Uma tristeza tão grande que chega a nos sufocar. O peito aperta, as lágrimas caem e você se questiona de onde vem tanta dor e quando essa tempestade irá cessar aqui dentro.

Você prefere dar um sorriso forçado e dizer que está tudo bem, porque cansa de ser bombardeado com frases do tipo: ”Você tem de tudo, olhe para fulano, coitado, esse sim tem motivos para estar triste, passou por tanta coisa e está ai vivendo e sorrindo.” “Isso é frescura, é preguiça.” Ou,” Hum, você está querendo chamar a atenção.”.

Como alguém pode pensar que o outro escolhe sofrer para chamar a atenção? Como o outro pode pensar que é preguiça, que é frescur,a sendo que o meu maior desejo é justamente sair disso? É uma luta todos os dias comigo mesma para não ficar na cama e me esconder do mundo, de não tirar o meu pijama e de não ter que encarar a vida lá fora. É uma luta de tentar não desmoronar, mesmo quando o seu mundo interior está um caos. De se manter inteiro para os outros, mesmo estando em pedaços.

As pessoas falam isso como se a gente gostasse de se sentir assim, como se fosse imediata a melhora. Como se fosse uma gripe que melhora com aquelas receitas da vovó. Quem me dera fosse tão rápido assim.

Talvez o alívio momentâneo encontrado, em meio a tanta dor, é naquele tempo que alguém oferece para nos ouvir, sem tecer nenhum julgamento; naquele abraço quando você está em prantos e naquela mensagem inesperada que te arranca um sorriso leve. Por mais que as coisas tenham perdido a graça, os afetos continuam sendo a nossa graça, o nosso remédio, o nosso alívio imediato.No mar da depressão, o meu barco – a vida – quase quis naufragar, perdi muitas coisas nessa tempestade toda, a autoestima afundou e com ela o meu riso fácil. Mas, depois da tempestade, vem a calmaria e, aos poucos, a gente se recompõe e vai tentando reconquistar tudo novamente. E eu sei, a gente consegue. Leva tempo, mas consegue.

Depressão é a dor de apenas existir e não viver. Quando eu digo viver, é porque tudo perde o sentido e a gente não vê graça nas coisas incríveis da vida. Não é fácil não ver graça em coisas que antes te deixavam feliz.

Não é fácil não ter mais perspectivas quanto ao futuro, não alimentar sonhos e não querer planejar. Não é fácil olhar à sua volta e ver felicidade tão perto e ao mesmo tempo tão longe. É doloroso perceber tudo isso.

Quando eu escutei a frase: “Tem gente sofrendo, desejando viver, e você aí reclamando e sofrendo por qualquer coisa”, eu me senti pior do que já estava, como se eu estivesse sendo ingrata com a vida, como se eu estivesse sendo egoísta, como se sofrimento precisasse de justificativas. Esses julgamentos nos matam e nos empurram ainda mais para o buraco. As palavras têm poder para nos ajudar, é uma pena que elas sempre chegam de forma agressiva até nós.

Hoje, estou certa de que posso escolher ver as coisas de um jeito diferente, é uma escolha que reafirmo todos os dias. Tem dias em que os ventos sopram forte demais e eu temo cair, temo não ter forças para enfrentar.

Eu luto todos os dias pela alegria, entendi que ela não reside nas coisas, entendi que a felicidade não está nas pessoas, ela está em nós. Aprendi que nem todo mundo consegue ser abrigo quando a tempestade vem e que, sim, nós iremos nos decepcionar. Iremos nos magoar e isso vai doer muito. Vamos levar rasteiras de pessoas que amávamos e em quem confiávamos, mas também vamos receber aquele abraço caloroso de quem menos esperávamos.

Isso se chama vida, isso é viver. E, então, eu luto todos os dias para não sentir mais essa dor de apenas existir. Mas eu sei que haverá dias em que tudo irá parecer desmoronar, sei que terá dias que o choro será presente e a angústia irá insistir em apertar o peito. Mas isso, nem de longe, significa que estou recaindo e que, sei lá, eu sou fraca demais para as coisas.

Talvez seja só mais um dia ruim mesmo, uma semana conturbada e a gente, de alguma forma, chateia-se com algumas coisas, é normal. Mas, depois de um tempo, a gente consegue enxergar para além do que está posto à nossa frente, a gente consegue ver as inúmeras possibilidades que temos de nos reinventar e recomeçar. E então eu prefiro escolher estar perto de quem me incentiva a ser melhor a cada dia, em quem não julga as minhas dores.

Eu acordo e posso até sentir vontade de ficar na cama, mas logo penso que o dia lá fora está lindo e que eu posso florescer as coisas aqui dentro. Jogo fora os espinhos que ganhei da vida e sei que as dores e os machucados não definem quem eu sou. Eu sou metamorfose, não sou rótulos, nem feridas, nem dores. Eu sou forte e, mesmo tendo que matar um leão por dia, aqui dentro eu continuo prosseguindo.

Notas: há muitos anos, sofri com esse mal da depressão e, como todos, eu também sofri julgamentos e as coisas perderam a graça. A psicoterapia é fundamental nesse processo; caso você não possa arcar com os custos de uma terapia, procure os atendimentos públicos de estudantes e até profissionais de saúde que atendam pelo SUS. A terapia é fundamental para nos auxiliar nesse processo doloroso de perda de sentido da vida e da nossa essência.

Permite-nos o reencontro e nos ajuda a ver o mundo de outra forma. É um processo, requer tempo, mas é um benefício e tanto para a nossa vida. E, se você conhece alguém depressivo, deixe de lado os seus julgamentos e o oriente a recorrer a uma ajuda profissional. Troque as palavras que ferem por um abraço e, ao invés de jogar o outro ainda mais no buraco, estenda a mão e o ajude a sair de lá.



Ataques de pânico: um mal que se alimenta do nosso estilo de vida


Os ataques de pânico são uma “epidemia silenciosa” que se espalha pela nossa sociedade. Exacerbados pelo estresse e pelas experiências que não foram assimiladas e processadas de forma adequada – porque na nossa sociedade não há tempo para isso – infelizmente são cada dia mais comuns e tratados cada vez mais tarde. De fato, a pessoa só costuma pedir ajuda profissional quando está totalmente disfuncional, e não quando sente que o problema está começando.

Entre os sintomas estão: sudorese, taquicardia ou batimentos acelerados, sensação de irrealidade, agitação, calor, calafrios, medo de morrer, entre outros. Assim, vemos que os sintomas fisiológicos recorrentes estão presentes em muitos transtornos de ansiedade, embora com a particularidade de que o gatilho não é claro e que a antecipação do próprio ataque pode até ser o gatilho.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), três em cada dez pessoas sofrem de ataques de pânico. Isto quer dizer que cerca de 30% dos seres humanos sofrem com este problema. A OMS estima que cerca de 6 milhões de pessoas fazem uma consulta todos os anos por causa de um ou vários dos sintomas de pânico, dos quais 1 milhão apresentam o quadro completo e estão em tratamento.


 “O pânico é mais contagioso do que a peste, e se comunica em um instante.”


Este sintoma é relativamente novo. Apenas em  1980 ele foi considerado um mal-estar com identidade própria. Isso aconteceu depois de milhares de profissionais da saúde mental no mundo terem reportado que o número de pessoas que os consultavam por esses acessos súbitos de terror cresciam cada vez mais. Eles não se encaixavam dentro de outros quadros de ansiedade, e por isso foi dado o nome de “ataques de pânico”.

Ataques de pânico: uma experiência assustadora

A pior parte do pânico contemporâneo é o fato de que ele se apresenta de forma completamente arbitrária. Uma pessoa pode ir tranquilamente caminhando pela rua e experimentar repentinamente os mesmos sintomas de um infarto ou de uma “experiência fulminante”. Nestes momentos é como se você olhasse diretamente para a morte. De fato, na maior parte das vezes você sente que começou um episódio que pode terminar em um desfecho fatal.


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A primeira dificuldade é que se a pessoa não está informada do que é um ataque de pânico, certamente ela irá supor que se trata de uma doença física que está se manifestando. O mais comum é que a pessoa consulte primeiro vários médicos, sem que nenhum deles lhe dê a razão por trás do mal que a afeta.

A situação se torna muito angustiante. A pessoa pensa que está muito doente e que os médicos não detectam nada. Assim, ela se sente abandonada na sua doença. Em geral, a vida dessas pessoas muda. Elas começam a sentir medo de sair na rua, ou de ficarem sozinhas em algum lugar.

 Elas têm medo de que os sintomas surjam outra vez e de que não tenham a quem acudir para que as “resgatem” ou ajudem nessas circunstâncias. Elas também demonstram fortes sentimentos de tristeza e frustração.

Entender o pânico contemporâneo

O pânico é um sintoma que muitas pessoas podem experimentar. Às vezes elas têm um ou dois ataques e nunca mais voltam a apresentá-lo. Outras vezes os ataques se tornam recorrentes, e é aí que se pode dizer que fazem parte de um transtorno de ansiedade propriamente dito. Sempre está acompanhado de fortes doses de angústia, devido ao fato dos sintomas serem repentinos e por causa da dificuldade para encontrar os seus gatilhos.

O mais desconcertante de tudo é que vários estudos estabeleceram que o tipo de personalidade propenso a sofrer ataques de pânico é, no geral, o de pessoas que passaram por episódios complexos ou dificuldades em sua vida e sempre mantiveram o controle.

São pessoas que tendem a resolver seus problemas e a avançar em meio às dificuldades. Por isso, quando o pânico aparece, elas ficam relutantes em assumir que algo está fora do seu controle. Custa muito para elas admitir que o que está acontecendo tem origem na sua mente, e não no corpo.

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O pior é que a grande maioria dessas pessoas só consulta um profissional de saúde mental depois de vários anos lidando com os sintomas. Elas fazem isso depois de terem passado por várias consultas de médicos gerais ou especializados, mas não no campo da saúde mental, que não conseguiram lhes dar uma resposta.

Como o pânico transforma suas vidas, elas desenvolvem outros problemas como depressão, desconfiança, irritabilidade e inquietude constante. Isto traz também novos problemas com elas mesmas e com o ambiente que as rodeia, de forma que na hora de iniciam um tratamento, em geral, o quadro já está bastante avançado.

Muitos pensam que os ataques de pânico surgem apenas nas pessoas que vivem em grandes cidades, mas isto não é verdade. Embora eles sejam mais frequentes nos ambientes urbanos, as pessoas que vivem ou passam a maior parte do tempo em ambientes rurais também sofrem disso.

Determinadas correntes na psicologia afirmam que a aparição do pânico decorre de uma experiência ou um conflito que está latente no interior e não foi resolvido. Daí a importância da psicoterapia formal para abordar esta situação complexa.

 


Infantolatria: as consequências de deixar a criança ser o centro da família


Além das complicações na vida dos filhos, como dificuldade de socialização e insegurança, a “infantolatria” – deixar a criança comandar a dinâmica familiar pode prejudicar – e muito – o casal.

As atividades da família são definidas em função dos filhos, assim como o cardápio de qualquer refeição. As músicas ouvidas no carro e os programas assistidos na televisão precisam acompanhar o gosto dos pequenos, nunca dos adultos. Em resumo, são as crianças que comandam o que acontece e o que deixa de acontecer em casa. Quando isso acontece e elas já têm mais de dois anos de idade, é hora de acender uma luz de alerta. Eis aí um caso de infantolatria.

“O processo de mudança nos conceitos de família iniciado no século 18 por Jean-Jacques Rousseau [filósofo suíço, um dos principais nomes do Iluminismo] chegou ao século 20 com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa.

Instituiu-se o que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, tudo que ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de trabalho, mas não: é a criança que entra no século 21 como a vitoriosa.

Esta é a semente da infantolatria”, explica a psicanalista Marcia Neder, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação da Universidade de São Paulo (Nuppe-USP) e autora do livro “Déspotas Mirins – O Poder nas Novas Famílias”, da editora Zagodoni.

Em poucas palavras, Marcia define infantolatria como “a instituição da mãe como súdita do filho e o adulto se colocando absolutamente disponível para a criança”. E exime os pequenos de qualquer responsabilidade sobre o quadro: “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar. Se isso acontece, é porque os pais promovem”.


Reinado curto

A verdade é que existe um período em que os filhos podem reinar na família, mas ele é curto. “Quando o bebê nasce e chega em casa, precisa ser colocado no centro das ações, pois precisa ser decifrado, entendido. Ele deve perder o trono no final do primeiro, no máximo ao longo do segundo ano de vida, para entender que existe o outro, com necessidades e vontades diferentes das dele”, esclarece Vera Blondina Zimmermann, psicóloga do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A infantolatria ganha espaço quando os pais não sabem ou não conseguem fazer essa adequação da criança à realidade que a cerca e a mantêm no centro das atenções por tempo indefinido. “Em uma família com relacionamento saudável, o filho entra e tem que ser adaptado à dinâmica da casa, à rotina dos adultos”, afirma a psicóloga.


Segurança ou insegurança?

Na casa da analista contábil Paula, é ao redor de Luigi, de cinco anos, que tudo acontece. Entre os privilégios do garoto estão definir o canal em que a TV fica ligada e o dia do fim de semana em que será servida pizza no jantar. “Acho importante a criança se sentir amada e saber que suas vontades são relevantes para a família”, opina.

Ela conta que seu marido, o também analista contábil Luiz André, não gosta muito disso e constantemente reclama que o filho é mimado demais. “Mas bato o pé e defendo essa proteção. Quando o Luigi crescer, será mais seguro para lidar com os adultos, já que suas opiniões são levadas em consideração pelos adultos com quem ele convive desde já”, acredita.

Não é o que as especialistas dizem. “Se o filho fica no nível dos pais, acaba criando para si uma falsa sensação de poder e autonomia que, em um momento mais adiante, se traduzirá em uma profunda insegurança. Ele sentirá a falta de uma referência forte de segurança de um adulto em sua formação”, explica Vera.

“Em uma família com relacionamento saudável, o filho entra e tem que ser adaptado à dinâmica da casa, à rotina dos adultos”

Marcia diz ainda que, ao chegar à idade adulta, esse filho cobrará os pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se realizando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a mínima das frustrações. Em algum ponto, acusará os pais de terem sido omissos”.

Para Vera, supervalorizar os pequenos e nivelá-los aos adultos “é o resultado de uma projeção narcísica dos pais nos filhos, que se veem nas qualidades que enxergam em suas crianças”. Marcia concorda: “Isso tudo tem a ver com a vaidade da mãe, que considera aquele filho uma parte melhorada dela própria e, por isso, a criatura mais importante do mundo”.


Os alertas do dia a dia

Muitas vezes, os pais não se dão conta de que estão tratando os filhos como reis ou rainhas, então precisam levar uns chacoalhões da realidade fora de suas casas. “Eles geralmente caem em si quando começa a sociabilização. A escola reclama porque o aluno não respeita as regras, a criança tem dificuldade para fazer amiguinhos porque as outras, com autoestima positiva, não querem ficar perto de alguém que ache que manda em todos”, aponta Vera.

“Em um futuro bem imediato, as reações dos colegas podem fazer a criança perceber que precisa mudar. Ela se comportará com eles como faz com a família e receberá a não-aceitação como resposta. Terá de lidar com isso para ter amigos”, afirma Marcia.

Mesmo assim, ela ainda correrá o risco de não conseguir rever seus comportamentos devido a uma superproteção parental, adverte Vera: “Em alguns casos dá para ela se salvar, mas muitos pais preferem culpar o ‘mundo injusto com seu filho perfeito’, o que impede que ela entenda as necessidades dos outros e reforça seus problemas de inadequação para a adaptação social”.


E como fica o casal?

Além de todas as complicações causadas pela infantolatria na vida dos filhos, ela prejudica – e muito – o casal que a promove. “Na relação saudável, o casal continua sendo o mais importante na família mesmo com a chegada da criança. Se os pais mantêm o filho no centro por mais tempo do que o necessário, acabarão se afastando”, alerta Vera.

“Some o casal. O ‘marido’ e a ‘mulher’ passam a ser o ‘pai’ e a ‘mãe’. E se em uma casa a mãe é a santa e o filho é o deus, onde fica o espaço do pai?”, questiona Marcia. “Muitos tentam entrar, reconquistar seu espaço, mas outros simplesmente caem fora”, constata.


O futuro da infantolatria

Sabendo disso tudo, os pais têm condições de se preparar para evitar os estragos na criação dos filhos. Marcia conta que percebe que as pessoas têm encontrado em sua análise uma saída para a tirania infantil.

“Não sou adivinha, mas creio que o novo arranjo familiar, em que os pais também assumem funções na criação dos filhos e as mães seguem carreiras por prazer, vá ajudar a mudar o panorama, assim como os arranjos homoparentais que começam a ser mais comuns”, diz, para complementar: “Creio que todos os comportamentos continuarão existindo, mas temos a obrigação de trabalhar para reverter esse quadro. O filho não é o centro porque quer, mas porque o adulto permite”.

Vera enxerga o futuro da situação de forma um pouco diferente. “Nossa sociedade é muito apressada e, no geral, não dá espaço para a preocupação com o outro. Isso tende a potencializar esse tipo de problema, a naturalizar para a criança o fato de que ela é o que mais importa, como aprendeu em casa com o comportamento dos pais em relação a ela”, finaliza.

 


(Autora: Raquel Paulino) (Fonte: Fãs da Psicanálise)


		

Fobia social: medo de ser julgado


A fobia social é um medo irracional que implica um grande mal-estar diante dos relacionamentos sociais. Aqueles que padecem desta fobia procuram se manter distantes e isolados, já que não gostam de  qualquer tipo de relacionamento e de interação com as outras pessoas.

É um tipo de fobia que tem muitas limitações, já que o contato humano é fundamental. Precisamos nos relacionar com nosso entorno em todos os âmbitos importantes da nossa vida, seja no profissional ou no familiar, para conhecer um pretendente ou começar e manter uma amizade.

Quem padece de fobia social evita todo tipo de circunstâncias nas quais tenha que ser forçado a interagir com outras pessoas.

Contudo, muitas vezes isto não é possível. Portanto, não resta outra opção a não ser enfrentar situações que lhe são muito difíceis, principalmente porque não pode afastar a ideia da sua mente de que está sendo constantemente julgado.

Aprendi que a coragem não é a ausência de medo, mas sim o triunfo sobre ele. O corajoso não é aquele que não tem medo, mas sim aquele que derrota esse medo.
-Nelson Mandela-

Compreendendo a fobia social

Embora existam muitas fobias, a fobia social é uma das mais incompreendidas e paralisantes.

Eventos sociais, festas, reuniões – em suma, situações nas quais for preciso se expor diante de outras pessoas – são as experiências mais temidas. Da sua antecipação nasce uma fuga que alimenta a sensação de ansiedade.

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O medo mais profundo nesta fobia é o de se ver diante de situações comprometedoras, que se tornam vergonhosas e humilhantes. Possuem essa natureza seja pelas consequências do próprio medo e da ansiedade, seja pela crença de se sentir incapaz de enfrentar tal situação.

Aqueles que padecem de fobia social se sentem incompreendidos e, de certa forma, marginalizados.

A sua complexidade e importância está no fato de que a pessoa precisa do contato social que, ao mesmo tempo, evita. Sendo assim, a pessoa se sente dentro de um centro de forças que lhe provocam uma sensação desagradável.

Para que esta fobia seja diagnosticada como tal, precisa ser limitante para quem a sofre. Ele interfere na sua vida de uma forma paralisante, produzindo mal-estar grave, impedindo o desenvolvimento em diversos âmbitos do dia a dia.

Possíveis causas da fobia social

As causas desta fobia podem ser várias, e o período mais sensível no qual ela pode se desenvolver é na adolescência. Seu surgimento pode estar relacionado com pais que foram sempre superprotetores, e ela também pode aparecer a partir da falta de habilidades sociais.

Surge uma grande ansiedade diante das situações onde se antecipa uma interação social, nas quais pode haver algum tipo de contato e proximidade social. A ativação psico-fisiológica que acontece nestas situações pode provocar sintomas como: taquicardia, angústia, tremores, rubor, gagueira e suor contínuo

Uma vez que a pessoa tenha adquirido esta fobia, é melhor consultar um especialista.

As principais metas a trabalhar são o controle do medo irracional e do mal-estar provocado.

Temos dificuldade de aceitar e expressar nossas necessidades. Diante do próprio medo de sermos julgados, julgamos os outros.

O próprio medo de ser julgado

De uma forma ou de outra, todas as pessoas têm medo do julgamento dos outros quanto a capacidades, atitudes ou sentimentos, sejam passados, presentes ou mesmo antecipados. O problema se manifesta quando este medo começa a ser obsessivo, tornando-se limitante e patológico.

A queixa comum é que não somos compreendidos pelos outros e que ninguém nos entende.

Nos queixamos da falta de empatia sem perceber que nossa atitude e nossos gestos são geradores dessa solidão e promotores da falta de afeto.

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A consciência e ato de olhar para si mesmo ajudam a não cair na armadilha de pensar que tudo que acontece é culpa dos outros.

Em nosso próprio jeito de ver as coisas e de agir existem consequências, de modo que somos responsáveis também pelo que acabamos atraindo para a nossa vivência.

“Às vezes somos muito teimosos para admitir que temos necessidades, porque em nossa sociedade a necessidade é equivalente a fraqueza. Quando internalizamos a ira, esta costuma se expressar em forma de depressão e de culpa. A ira contida internamente muda nossas impressões do passado e distorce nossa perspectiva da realidade atual. Toda essa velha ira se transforma em um assunto pendente, não apenas com relação aos outros, mas também com nós mesmos.”
-Elisabeth Kübler-Ross


Fonte: A Mente é Maravilhosa

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Feliz Natal!


A equipe Basiléia deseja a você e sua família um Natal cheio da paz de Jesus, que excede todo o entendimento.


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O que é a síndrome de Asperger


A síndrome de Asperger é um transtorno do espectro autista, um grupo de condições que incluem autismo e outros transtornos com sintomas similares, como problemas com linguagem e comunicação, e padrões repetitivos ou restritivos de raciocínio ou comportamento.

Pessoas com síndrome de Asperger têm problemas similares ao autismo em áreas de interação social e comunicação, porém possuem inteligência normal e habilidade verbal. A síndrome de Asperger é muitas vezes vista como a forma mais leve dos transtornos de espectro autista.


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Sintomas da síndrome de Asperger

Um dos sintomas mais distintos da síndrome de Asperger é ter interesse obsessivo em um único tópico ou objeto, de forma que a pessoa ignora outros objetos, tópicos ou pensamentos.

Diferente de algumas crianças com transtornos de espectro autista, as com síndrome de Asperger tendem a ter bom vocabulário e habilidade com a gramática. Porém, crianças com síndrome de Asperger geralmente têm outros problemas de linguagem, como ser muito literal e ter problemas para entendem comunicações não-verbais, como a linguagem corporal.

Outros sintomas da síndrome de Asperger podem incluir:
* Rotinas e rituais obsessivos.
* Problemas de capacidade motora, como movimentos desajeitados ou descoordenados.
* Problemas de interação social, especialmente relacionados à comunicação com outras pessoas.
* Sensibilidade a informação sensorial, como luz, som, textura e gosto.

Tratamento para síndrome de Asperger

Não existe cura para síndrome de Asperger, porém as pessoas que sofrem desse transtorno podem ter vida plena e feliz, especialmente se tiverem tratamento precoce.

O tratamento pode incluir treinamento de habilidades sociais e educacionais. O tratamento também pode incluir terapia comportamental e medicamento para condições relacionadas.


Fonte: CopacabanaRunner

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Síndrome do Pânico


A síndrome do pânico ou transtorno do pânico já é considerada um sério problema de saúde; cerca de 2 a 4% da população mundial sofre deste problema. Estatísticas demonstram que atinge mais as mulheres do que os homens, em uma proporção de três para um. O diagnostico é importante, já que boa parte destas pessoas, após passarem por especialidades medicas varias, não tendo sido encontrado ‘nenhum problemas’ , tem seu mal reduzido a termos evasivos como: estafa, nervosismo, etc., sugerindo a ideia de que não há mais o que fazer, concretamente, e que não há tratamento possível para tal problema.

 

Os sintomas físicos de uma crise do pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente. É como se o corpo se preparasse para reagir a algo terrível. Num esforço enorme, o organismo aciona mecanismos de fuga, diante de um perigo iminente e os sintomas podem incluir:

  • Vertigem ou fraqueza geral
  • Medo de morrer
  • Medo de perder o controle
  • Medo de fazer algo embaraçoso
  • Confusão mental, pensamento acelerado
  • Sensação de estar aéreo, sonhando
  • Calafrios, ondas de calor, sudorese
  • Dificuldade de respirar, boca seca
  • Sensação de atordoamento, náusea
  • Palpitações, tensão muscular
  • Terror, paralisia, sensação de que algo horrivelmente incontrolável esta para acontecer

 

A crise dura invariavelmente apenas poucos minutos, mas é descrita como uma das situações mais angustiantes que alguém pode experimentar. Se a pessoa tem uma crise como esta outras ocorrerão; na seqüência de crises repetidas, observa-se o aumento da ansiedade e o medo de ter outra crise, e pode atingir níveis tais que o individuo com este mal pode se tornar disfuncional ou mesmo anti-social.Dentre os fatores desencadeantes deste problema está o fator hereditário, o desequilíbrio bioquímico cerebral, e a alta sensibilidade psicológica do individuo.A síndrome do pânico é potencialmente incapacitante, mas pode ser controlada com tratamentos específicos

A Síndrome do Pânico é potencialmente incapacitante, mas pode ser controlada com tratamentos específicos. O tratamento medicamentoso, que restabelece o equilíbrio bioquímico do cérebro numa primeira etapa e num segundo momento a Psicoterapia que reconstrói na pessoa limites de ação para uma vida menos estressante e estratégias que priorizem a busca de maior qualidade de vida e equilíbrio pessoal.

O uso de medicamento como anfetaminas (usadas em dietas emagrecedoras), ou drogas (cocaína, maconha, crack, ecstasy etc, podem aumentar a atividade geral do organismo e também o medo, promovendo alterações químicas que podem conduzir à Síndrome do Pânico).

As pessoas que têm a síndrome do pânico são, em sua maioria, jovens (21-40 anos) e se encontram em plena atividade profissional. Seu perfil geral de personalidade as caracteriza como sendo extremamente produtivas a nível profissional, com tendência a assumir demasiadas responsabilidades e atividade, são perfeccionistas consigo mesmos, têm dificuldade em lidar com mudanças, erros ou imprevistos, têm grande necessidade de estar no controle das coisas, sentem grande necessidade de aprovação, com auto-expectativas muito altas, têm pensamento rígido, são competentes e confiáveis e tendem a reprimir grande parte dos negativos (como orgulho, irritação), têm tendência a ignorar suas próprias necessidades físicas. Este conjunto de comportamentos tendentes ao stress acentuado do organismo, acaba por produzir um aumento excessivo de certas substancias do cérebro, desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e consequentemente ao aparecimento da Síndrome do Pânico.

O uso de medicamento como anfetaminas (usadas em dietas emagrecedoras), ou drogas (cocaína, maconha, crack, ecstasy etc, podem aumentar a atividade geral do organismo e também o medo, promovendo alterações químicas que podem conduzir à Síndrome do Pânico).

A Síndrome do Pânico é potencialmente incapacitante, mas pode ser controlada com tratamentos específicos. O tratamento medicamentoso, que restabelece o equilíbrio bioquímico do cérebro numa primeira etapa e num segundo momento a Psicoterapia que reconstrói na pessoa limites de ação para uma vida menos estressante e estratégias que priorizem a busca de maior qualidade de vida e equilíbrio pessoal.

Por  Chirley Sato – Psicóloga CRP/ 04/10289

 


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