Category Archives: Artigos

Home / Archive by category "Artigos" ()

Despertar no meio da madrugada pode indicar que hormônio do estresse está alto

 Acordar no meio da noite, interrompendo o sono mais profundo que acontece entre 3h e 4h da madrugada, pode significar que seu hormônio do estresse está alto. O estresse destrói células responsáveis pela aquisição e recuperação de memórias. Durante períodos prolongados de estresse, várias substâncias químicas são liberadas no organismo, como o hormônio cortisol, que age negativamente no hipocampo, estrutura do cérebro fundamental para os processos associados à memória e produtividade.

“Além de interromper o melhor dos sonhos, aumenta retenção de líquidos, glicemia, dentre outros maléficos. Se essa situação de estresse se prolongar muito, as glândulas que produzem o hormônio podem entrar em falência, causando um cansaço imenso e metabolismo lento”, explica a especialista Flávia Cyfer. A nutricionista funcional de lindas e famosas como a Fê Paes Leme, além de autora de diversos artigos, também publica receitas infalíveis de detox no seu perfil do Instagram, e presta consultoria a muitas revistas, jornais e programas de televisão.

Alimentação e suplementação específica podem resolver este problema. Mas também existem outras dicas que tendem a reduzir a produção de cortisol, principalmente, se adotadas perto da hora de dormir. Veja algumas delas:

Dicas para dormir melhor

Relaxe e respire
O sono é muito importante para a absorção de conteúdo, desenvolvimento da memória e do aprendizado. Ele só será satisfatório quando for relaxante, sem resquícios de preocupação. Baixe o ritmo quando estiver na hora de ir para cama. Deixe as preocupações de lado e tente respirar fundo. A atitude, além de reduzir a produção de cortisol, pode trazer benefícios imediatos na função imunológica e metabólica.

Claro e escuro
A luminosidade afeta diretamente o nosso relógio biológico. Hábitos como dormir com a televisão ligada, por exemplo, podem prejudicar a qualidade do descanso. Isso porque a produção de melatonina, um neuro-hormônio que tem como principal função regular o sono, acontece em maior escala no escuro.

Banana e ovo
Além de ser uma grande fonte de vitaminas como o complexo B, B6 e magnésio, a banana tem um papel importante na produção de serotonina, hormônio que vai lhe deixar relaxado. O ovo é rico em vitamina B12 e em colina, substância que está associada à melhora da depressão.

Semente de gergelim e aveia
Rico em vitamina B6, o gergelim é fundamental para conversão do triptofano em serotonina. Aveia também é rica em triptofano, que ajuda também a manter um sono contínuo.

Arroz integral e linhaça
O primeiro é fonte de carboidrato de boa qualidade, que também é importante para regulação de serotonina e melatonina. Uma dieta pobre em carboidrato pode prejudicar essa produção. Já a linhaça é cheia de ômega 3, que ajuda na regulação dos neurotransmissores. Ou seja, a linhaça melhora não só o sono, mas o humor, a ansiedade, a irritabilidade e a depressão, além de ser um poderoso anti-inflamatório.

Couve e maracujá
A verdura é essencial para ajudar no sono e no relaxamento muscular. Uma boa dica é fazer cubos de gelo de suco de couve concentrado. Como o maracujá tem efeito calmante e pode auxiliar no relaxamento antes de dormir, aposte na combinação do suco da fruta com as pedrinha de gelo verde!

 


Fonte: por Jaqueline Rodrigues - Vix

Leia mais sobre saúde em nosso Blog


ou

 

Agende um horário !

 


 

Um monstro vem me ver: ele se chama ANSIEDADE


Há um monstro que vem me ver e não tem a intenção de me matar, mas quase me impede de viver. Um monstro que muda de forma e de posição no meu corpo. Umas vezes parece me fazer engasgar, outras vezes acelera o meu sistema nervoso, e outras me paralisa. É um monstro muito famoso, padecido e explicado. Ele se chama ansiedade.

O estado de alerta tem sido essencial para a nossa sobrevivência como espécie. No entanto, quando este estado de atenção, tensão e alerta se torna crônico, o resultado é uma PREOCUPAÇÃO constante, que habitualmente também se generaliza em tudo e em todos.

Essa preocupação nos faz ter consciência de tudo o que nos rodeia, mas de uma forma amplificada e distorcida. Já não distinguimos o que nos estressa daquilo que é simples. Tudo se amontoa em nossa mente e funciona com plena capacidade. Não para nos ocuparmos, mas para nos preocuparmos. É um monstro que nos domina porque não sabemos transformar sua raiva em energia, só em fraqueza.

De onde vem a ansiedade?

Quando a ansiedade se torna crônica e se transforma em um estado de preocupação perpétua, podemos falar do que se conhece em âmbito clínico como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Ela tem que estar presente durante pelo menos 6 meses e apresentar três ou mais sintomas, como agitação, irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou ter a mente em branco, tensão muscular e problemas de sono.

A ansiedade generalizada compartilha muitos sintomas com a depressão; ambos os transtornos apresentam um alto efeito negativo. No entanto, a depressão se caracteriza mais pelo sentimento de tristeza e a ansiedade por uma hiperatividade fisiológica contínua e uma sensação de incerteza e falta de ar. Qualquer mudança na rotina diária é percebida como um monstro ameaçador, pronto para atacar a nossa garganta.

ansiedade-medo

O TAG não parece ter um forte componente genético, mas parece ter um caráter crônico que se agrava com o estresse e vai flutuando em intensidade ao longo da vida. Sua principal característica definidora é a preocupação constante por aspectos da vida cotidiana. Sua presença é evidente – nos casos em que está presente – em torno dos 20 anos de idade, embora a sua comorbidade com outros sintomas ansiosos ou depressivos possa dificultar o diagnóstico.

 É muito mais frequente em mulheres, assim como a maior parte dos transtornos emocionais na vida adulta. Por sua vez, o transtorno se manifesta em um sistema triplo de resposta: o cognitivo, o motor e o emocional.

Esse monstro que conhecemos com perfeição

Muitas pessoas conhecem seus sintomas de cor, já que este transtorno costuma aparecer em pessoas com uma alta consciência sobre o que ocorre com elas, mesmo que não sejam capazes de tratá-lo e de melhorar a sintomatologia. Além disso, costumam descrever com perfeição como a ansiedade paralisa. A alexitimia não é uma característica predominante nestes pacientes, muito pelo contrário.

Eles sabem muito sobre a ansiedade, mas este transtorno parece não ter um tratamento suficientemente bem estabelecido e bem sucedido, mesmo sendo muito frequente na população. O tratamento costuma ser a terapia cognitivo-comportamental, como a de Dugas e Ladouceur (atualizada em 2007); a de Borkovec e Pinkus (2002) ou a de Brown e Barlow (1993).

Às vezes são utilizados medicamentos para potencializar sua eficácia, mas ATENÇÃO: a ansiedade prolongada nunca deve ser tratada com ansiolíticos no caso de utilizar medicamentos. Deve-se utilizar um antidepressivo ISRS como a paroxetina, embora os mais indicados sejam os antidepressivos duais, como a venlafaxina.

Um conto sobre a ansiedade e o mundo em que vivemos

Embora muitos pacientes conheçam bem os seus sintomas, a terapia vai ajudá-los a agir como cientistas diante dos seus próprios sintomas, como “gurus” na busca de sua própria regulação emocional. O psicólogo/a deverá colocar ao seu alcance as melhores técnicas para isso.

Uma boa ideia é que a pessoa com ansiedade crônica se faça perguntas reais acerca da sua existência e dos seus valores de vida. Às vezes é preciso fazer perguntas a este mundo, que parece criar e alimentar este monstro. Às vezes vale a pena nos convertermos em um pequeno relato para ver um sentido naquilo que percebemos como caos.

O que você deve ao mundo? O que esse monstro exige de você?

Lembre-se da sua infância. Lembre-se do quanto você era feliz porque pulava, corria e desfrutava sem ter que dar explicações a ninguém. Lembre-se de você saltando, se sujando e se despenteando, embriagado/a pela intensidade do momento. Não havia tempo para a preocupação, porque não existia o conceito de tempo mais além do que você estava vivendo. Mas logo chegaram as demandas e, com elas, a sensação de que você devia algo ao mundo.

Você começou a sentir que era mais importante ocultar aquilo que não ficaria bem aos olhos dos outros do que viver a verdadeira realidade ao seu redor. As demandas começaram a substituir os mergulhos. Os discursos que glorificam as crianças “com altas capacidades” pareciam ensurdecer os gritos que antes eram de alegria e espontaneidade. Ninguém soube lhe dizer que você nunca poderia assumir o controle de tudo.

menina-passaros-cabelo

Ninguém lhe ensinou a continuar mantendo a chama da sua infância acesa enquanto construía uma identidade com novas responsabilidades. 

Ninguém soube explicar a diferença entre deveres e direitos, entre eles o de ser feliz sem se sentir culpado/a.

Neste momento, com este monstro te devorando cada vez mais, é hora de começar a exigir mais dele e menos de você. Pergunte para ele: o que eu devo a você, mundo, para me enviar este monstro? Talvez com essa pergunta você e muitas pessoas entendam que por mais que ele exija de nós, não podemos dar nada para o mundo se não formos capazes de desfrutar o fato de estar vivendo nele.

Você não vai decepcionar ninguém, você também não pediu permissão para estar aqui. Esqueça tantas demandas e volte a reivindicar os seus direitos. Volte a se sujar, sem se preocupar se o mundo vai ficar chateado por isso. Cumprimente esse monstro e, mesmo se ele parecer vir com força às vezes, mostre a ele com as suas ações que a única coisa que você tem para ele é aquilo que você não é capaz de dar para si mesmo/a.


Fonte: A Mente é Maravilhosa




Salvar

Salvar

Procrastinação: se você sempre adia as coisas importantes, é hora de ler este artigo. Ou vai deixar para amanhã?


Procrastinação é definida como um ‘atraso voluntário de uma ação apesar das visíveis e negativas consequências futuras’. É optar por prazeres imediatos ao invés de ter uma visão e ação de longo prazo.

Muitas pessoas não conseguem usar bem o seu tempo para fazer rapidamente o que tem de ser feito. Adiam, deixam para “amanhã” aquele relatório cujo prazo terminará em poucos dias. Em vez de priorizar as tarefas importantes vão ler os posts do Facebook, limpar o armário, lavar o carro ou organizar os e-mails, até que a tarefa se transforme em urgente, gerando estresse e ansiedade, além da correria para terminar. Conhece alguém assim?

Outros tomam resoluções fantásticas para o Ano Novo como iniciar a academia, o curso de inglês, mudar radicalmente a alimentação. Ou nem começam ou a nova atitude dura somente poucos dias ou semanas, mesmo sabendo o quão importante seria manter este novo comportamento, e isto gera culpa e arrependimento. Certamente conhecemos pessoas que agem deste modo, mas, por que o fazem?

Quando este comportamento é repetitivo é a chamada PROCRASTINAÇÃO, um grande mal que atinge um enorme número de indivíduos e pode prejudicar sua carreira, produtividade, relacionamentos afetivos e até mesmo a sua saúde.

 

PROCRASTINACAO

Não é o caso das exceções que aparecem em nossas vidas eventualmente e nos fazem mudar os planos, como por exemplo uma visita inesperada que nos faz adiar voluntariamente por esta razão o término de um relatório, nos diz o Dr. Timothy Pychyl, psicólogo professor da Carleton University, em Ottawa, Canadá, grande pesquisador neste assunto.

O procrastinador SABE que deveria estar fazendo sua tarefa adiada, e se sente mal por isto, e às vezes faz “compensações morais” para diminuir sua culpa, como por exemplo ir à academia em vez de terminar sua tarefa, o que alivia temporariamente sua culpa.

Psicólogos descobriram que procrastinadores crônicos frequentemente tem concepções equivocadas do por que agem deste modo. Muitos acreditam que não podem começar porque querem fazer a tarefa perfeitamente e em condições ideais.

Mas os estudos mostram que a procrastinação não tem a ver com perfeccionismo e sim com impulsividade, tendência a agir imediatamente nas urgências e também tem a ver com estratégias emocionais inconscientes para fugir de situações estressantes. É o que nos conta o Dr. Piers Steel, professor de comportamento organizacional da Universidade de Calgary.

Pessoas impulsivas se bloqueiam ao sentir ansiedade ou lidar com fortes emoções.

pressa2

Uma empresa de Hong Kong chamada Saent, com a supervisão do Dr. Steel está desenvolvendo um software que atrasa a abertura de sites como o Facebook por 15 segundos ou mais e também cria a necessidade de uma senha para navegar na web, pois muitas vezes, estes pequenos “dificultadores” são tudo o que é necessário para fazer os procrastinadores desistirem de procurar uma distração imediata.

Outras pessoas alegam deixar as coisas para o último minuto porque funcionam melhor sob estresse ou sob pressão, mas os verdadeiros procrastinadores se estressam pelo adiamento. Além disto é bastante questionável se a qualidade de um trabalho feito correndo na última hora é melhor do que aquele feito com prazo e mais planejamento.

pressa

Os efeitos psicológicos da procrastinação já são bem conhecidos: aumentam os índices de depressão e ansiedade e empobrecem o bem estar, ou seja, diminuem nossa saúde psíquica.

Quanto à nossa saúde física, a psicóloga Dra. Fuschia Sirois, professora da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, estuda os efeitos da procrastinação no modo como lidamos com as doenças crônicas e as suas consequências.

Em recente artigo ela descobriu que os procrastinadores que sofrem de hipertensão arterial e doenças cardiovasculares eram menos propensos a se engajarem em estratégias para lidar com suas doenças crônicas, como por exemplo encontrar um sentido para agir, e fazer atividades físicas com amigos. Ao invés, tinham comportamentos mal adaptativos como evitar lidar com a doença ou culparem-se por ela e mesmo tentar esquecê-la (varrendo-a para baixo do tapete).

Também os procrastinadores parecem mais incapazes de ver claramente no futuro as consequências de suas ações e comportamentos do que os não procrastinadores, um fenômeno chamado de “Miopia Temporal”. Sua visão de futuro é mais abstrata e impessoal, ou seja, são menos conectados emocionalmente com sua imagem de futuro. Isto ocorre principalmente por altos níveis de estresse que desviam o foco para objetivos mais imediatos (prazeres) do que mais distantes (escolha saudáveis para cuidar e manter a saúde).

procrastinação-5

Uma interessante pesquisa mostrou que o modo ‘como’ pensamos em uma tarefa faz com que a adiemos ou não.

Pesquisadores da Universidade Konstanz na Alemanha liderados pelo Dr. Sean McCrea entregaram questionários a estudantes, que receberiam um valor em dinheiro para responder e entrega-los por e-mail no prazo de até três semanas.

As questões tinham a ver com tarefas cotidianas como por exemplo abrir uma conta bancária. O primeiro grupo de estudantes tinha de responder questões subjetivas (e assim pensar de modo abstrato) referentes à traços de personalidade, por exemplo qual tipo de pessoa abriria uma conta bancária enquanto o segundo grupo tinha de responder questões objetivas e práticas (e assim pensar de modo concreto) por exemplo quais atitudes devem ser realizadas para abrir uma conta bancária, como falar com um gerente, preencher formulários e trazer documentos, fazer um depósito inicial etc. e então os psicólogos esperaram pelas respostas.

Os resultados da pesquisa foram publicados no jornal científico Psychological Science, da Associação de Ciência Psicológica e mostraram claramente que, mesmo que todos os estudantes fossem pagos para responder, aqueles que tinham de pensar nas questões de modo abstrato tiveram uma tendência muito maior à procrastinação, (inclusive alguns nunca entregaram as respostas) enquanto os que pensaram de modo concreto no Como, Quando e Onde entregaram suas respostas muito mais cedo, ao invés de adiar sua tarefa.

Os autores concluíram que “simplesmente por pensar na tarefa em termos mais concretos e específicos fez com que (os estudantes) sentissem que deviam completar a tarefa logo, o que reduziu a procrastinação”.

Também apontaram que estes resultados tem implicações importantes para professores e gerentes que querem que seus estudantes e colaboradores iniciem logo seus projetos.

Children portrait

Faça as pessoas pensarem em termos práticos e objetivos e isto aumentará muito a probabilidade que ajam e cumpram a tempo suas tarefas.

A Dra. Sirois e Dr. Pychyl ensinam que focar somente no gerenciamento de tempo ajuda parcialmente os procrastinadores. O componente de regulação emocional também deve ser observado. As pessoas devem reconhecer que tem problemas com emoções como a ansiedade no início de um projeto, mas não devem se autojulgar por isto, e sim iniciar passo a passo, com um foco preciso.

Já que devemos ser práticos, eis aqui algumas dicas de atitudes que contribuem para que mudemos nossos hábitos e consigamos exterminar a procrastinação e suas péssimas consequências:

dica

1- Planeje-se no dia ou noite anterior e inicie suas atividades logo pela manhã, antes que novas atividades, compromissos ou mesmo desculpas apareçam para atrapalhar seus planos.

E lembre-se como mostrou a pesquisa, de planejar objetivos práticos e concretos, como um passo a passo até a resolução.

2- Quanto mais frequentemente você realizar uma tarefa, como meditar, ir à academia, comer verduras ou escrever seu artigo, mais facilmente você “programa” este novo e benéfico hábito que fará parte de sua rotina diariamente.

3- Tenha uma companhia para compartilhar sua atividade, se for possível, como um amigo ou grupo para fazer atividades físicas, que te darão apoio, força nos momentos em que queira desistir, e também aumentarão a diversão do momento.

4- Esteja bem preparado para a tarefa que se propõe. Isto aumenta a confiança e motivação para atingir o objetivo.

5- Anote seus objetivos, e coloque as anotações onde frequentemente as veja. Mantém o foco no objetivo continuamente.

6- Primeiro as coisas mais importantes (first things first). Mesmo que pareça atraente, evitar iniciar o trabalho quando parecer difícil ou pouco motivador, trocando por outras tarefas, acaba atrasando aquilo que é importante e acabará se tornando urgente.

 

Quando você não se incumbe do que é importante, terá muitos “incêndios” e coisas urgentes a resolver.

 

7- Visualize-se desfrutando dos benefícios e boas sensações que terá quando tiver terminado suas tarefas. A ciência prova que a ‘visualização’ tem o mesmo efeito em nosso cérebro do que a prática e acaba nos preparando melhor para atingir os objetivos. Os atletas de ponta utilizam-se muito deste treinamento. Ver-se mentalmente tendo terminado a tarefa e sentindo-se muito bem com isto prepara o caminho e direciona para um bom resultado.

8- Aprenda a lidar com suas emoções. Autoconhecimento, leituras, meditação, psicoterapia podem ser recursos muito úteis para fortalecer o equilíbrio emocional e ajudar a lidar com a ansiedade e o estresse que aumentam a procrastinação.

E para terminar, sempre que tomar uma decisão importante, aja imediatamente e tome atitudes concretas na hora, dando início imediato ao projeto de mudança (por exemplo, se decidir iniciar o curso de idioma que está adiando há tempos, pesquise escolas e ligue ou visite para ter mais informações e poder se matricular e começar).

 


Por 

Salvar

Salvar

“Educar pressupõe sempre desagradar à criança”, diz psicóloga


Psicóloga Rosely Sayão acredita que a maturidade das crianças está ficando tardia


Especialista acredita que o excesso de zelo adia a conquista da maturidade


Especialista em questões relacionadas à família e à escola, a psicóloga paulistana Rosely Sayão acredita que as crianças estão sendo educadas sob o peso da superproteção, o que as desconecta da realidade. O excesso de zelo também dificulta o desenvolvimento da resiliência, a capacidade de resistir às adversidades e empurra para mais tarde a conquista da maturidade.
Para Rosely, falta aos pais, preocupados em demasia com um futuro de sucesso para os filhos, um olhar focado no presente.

— A gente perde de vista o filho como ele é hoje. Quem é o meu filho? Do que ele gosta? Do que ele não gosta? Quais são os talentos dele? Quais são as impossibilidades? Algumas delas a gente pode superar? — pergunta-se a psicóloga, colunista da Folha de S.Paulo e da Band News FM.

Confira os principais trechos da entrevista:

 


Você aponta a superproteção dos filhos como um estilo dos pais hoje em dia, independentemente de classe social, econômica e cultural. Onde isso fica mais evidente?

Em todas as situações que envolvem essa neurose de segurança que a gente adquiriu: filho não sai sozinho, na esquina, na padaria, não usa transporte público. Há adolescentes que usam sem os pais saberem, mas não para ir para a escola. Para ir para a escola, ou tem perua, ou o pai leva e busca, e eles vão ficando um pouco distantes da realidade. Em casa, eles são muito poupados dos afazeres domésticos com que poderiam contribuir, sempre acham que tem alguém que faça.

A gente não tem ensinado para os filhos que tudo tem um processo com começo, meio e fim. Por exemplo, ir a um aniversário. Tem o antes, que é pensar na pessoa, pensar no presente, sair para comprar o presente, pedir para os pais se pode ir, perguntar se os pais podem levar e buscar. Depois tem a festa, o desfrute, e depois da festa tem de ver quem vai buscar. Tudo fica com os pais e, para os filhos, é só ir à festa. Tomar banho é a mesma coisa: é só entrar debaixo do chuveiro. Não tem a organização da roupa e do banheiro, enxugar o banheiro. Nada disso, para os filhos, faz parte desse processo. Isso tudo é superproteção.

 


É comum os pais se colocarem contra a escola, atacando o professor ou o método de avaliação para defender os filhos. 

Exato. Às vezes, os filhos reclamam de um colega e os pais vão tomar satisfação com os pais do outro colega. Briga entre crianças sempre vai acontecer, e elas são capazes de resolver. Quando não são, a escola tem de dar conta se elas estão lá. Mas os pais querem resolver tudo, metem-se na vida escolar dos filhos muito intensamente. A escola deveria ser a primeira batalha que a criança aprende a enfrentar por conta própria. Os pais estão com a ideia de que ir bem na escola, passar de ano, ser exitoso é um índice de que eles são bons pais. Eles fazem tudo para que isso aconteça. Os filhos vão aprendendo que “se tem problema, meus pais resolvem”.

 


A imaturidade é a principal consequência da infância e da adolescência poupadas de percalços?

A maturidade vai ficando mais tardia. Hoje, muitas empresas reclamam demais da falta de compromisso dos seus funcionários mais jovens, uma geração que já foi criada assim. Se o chefe dá uma bronca, o funcionário já quer sair do emprego. Os pais, resolvendo tudo, não colaboram para que o filho construa a resiliência, que é a capacidade de resistir às adversidades, de cair e levantar, de tropeçar, machucar o joelho, fazer o curativo e seguir em frente.

O mundo das crianças pequenas é absolutamente irreal. As escolas privadas são obrigadas a limpar a areia semanalmente, os móveis não têm cantos, é tudo arredondado. As crianças não podem vir da escola machucadas que os pais reclamam. Esses pequenos incidentes fazem parte da adaptação ao mundo. É contraditório: a gente diz que os pais não dão limites, mas as crianças estão limitadas em demasia. Não pode isso, não pode aquilo, não pode aquele outro. E como é realidade da vida que dá os limites, aí, elas não reconhecem esses limites.

 


Qual é a maior angústia dos pais atualmente?

O sucesso dos filhos a qualquer custo, o que tem custado uma formação deficitária. O sucesso futuro retira um pouco o presente da vista dos pais. A criança e o adolescente estão no presente, não é pensar só no futuro. A gente deveria substituir aquela famosa e malfadada pergunta “o que você vai ser quando crescer?” por “o que você quer ser antes de crescer?”, para eles terem a ideia de que são alguma coisa agora.
Outro lado que o sucesso no futuro tem provocado é a formação dos valores, da moral, da ética, dos princípios. Está todo mundo focado em “meu filho tem de ter um bom emprego, ganhar bem, ter conforto”, mas, se ele não for uma pessoa de bem, vale a pena? Essa é a pergunta que a gente tem de se fazer.

Uma pesquisa recente afirma que os pais andam muito distraídos com seus smartphones, não prestando atenção na conversa com os filhos, além de ser comum a troca de mensagens de texto entre pessoas que estão na mesma casa.

 


Você acha que a tecnologia está afetando muito as relações?

Muito. Há um percentual muito grande de crianças e jovens no mundo que dizem que os pais dão mais atenção ao celular do que a eles. Esse índice explodiu no Brasil.
A gente vive dizendo que os jovens só querem saber de celular, mas somos nós que estamos deixando eles de lado em nome dessas conversas por mensagem instantânea e do trabalho que não termina nunca. Quem tem filho precisa se comprometer e honrar o seu compromisso. A gente não educa apenas para que ele tenha um bom futuro. A gente educa para que ele construa um bom futuro também.

 


Há pouco você escreveu que “nossa sociedade adulta, infantilizada, adora brincar de faz de conta: fazemos de conta que cuidamos muito bem de nossas crianças”. As crianças deixaram de ser prioridade na vida dos pais?

A gente fez algumas transformações no que significa ser prioridade, por conta de o mundo adulto estar infantilizado. Hoje todo mundo é jovem, independentemente da idade. O jovem tem um compromisso muito grande consigo mesmo, sobra muito pouco tempo para olhar para os outros. Os pais acham que os filhos são prioridade porque trabalham para dar do bom e do melhor e vivem declarando amor a eles, verbalmente. Mas a paciência, a perseverança, isso anda mais escasso.

 


Além dessa obsessão pela juventude, que outros valores sociais estão moldando as famílias?

O consumo, muitas vezes, determina a posição familiar. “Quero isso”, “vou dar isso para o meu filho fazer parte do grupo e não ficar excluído”. A criança fica desacreditada de si porque precisa ter isso ou fazer aquilo para se inserir, e não ser alguma coisa, pensar alguma coisa, ter posições. Isso atrapalha muito a autoimagem que a criança constrói. Tem também a busca desenfreada da felicidade. Ninguém é capaz de dar felicidade para alguém. A gente é capaz de preparar o filho para que ele consiga buscar a própria felicidade, identificar situações que possam lhe dar momentos de felicidade. Educar pressupõe sempre desagradar à criança. Aí, a gente acha que a criança está infeliz, não desagrada e não educa.

 


É excessiva a procura por psicólogos, psicopedagogos, neurologistas? Os pais estão com dificuldade de entender os filhos? A solução para eventuais dificuldades e problemas é muito “terceirizada”?

Às vezes não há nada de errado. É preciso lembrar do que os estudiosos têm chamado de medicalização da vida. Olhamos a vida pela lógica médica, e a lógica médica tem a saúde e a doença, o normal e o anormal. Se não está dentro do que se considera normal, procura-se um diagnóstico para poder tratar e transformar em normal. Muitas crianças e muitos jovens têm recebido diagnósticos desnecessariamente, equivocadamente. São poucos os profissionais da saúde, de modo geral, que também conseguem resistir a essa ideologia.

 


Segundo o IBGE, o número de divórcios no país cresceu mais de 160% na última década. Como essa mudança de comportamento está impactando na criação dos filhos?

Os rompimentos não acontecem só no plano amoroso, do casamento, mas também no da amizade. Bauman, sociólogo polonês, chamou isso de tempos líquidos, tudo é líquido, tudo se dissolve. Mas as crianças nasceram nesse mundo líquido. Acho que afeta menos as crianças se os pais puderem lembrar que o casamento foi rompido, mas a paternidade e a maternidade não. Isso os unirá até que a morte os separe. Tem sido ainda difícil para os adultos deixar de lado as mágoas que sempre ficam depois de um rompimento, para exercer a paternidade e a maternidade de modo mais civilizado. Há muitas brigas, inclusive na Justiça, “é meu dia”, “não é meu dia”. Nem mesmo a guarda compartilhada resolve muito porque é uma questão pessoal, de rixa, em que o filho parece que se transforma em uma moeda de troca. Acho que isso afeta (o filho), não a separação em si.

 


Como a internet está influenciando a formação das crianças?

Vou ligar essa questão à primeira, sobre a superproteção. É surpreendente que os pais superprotejam os filhos, a ponto de não deixar ir na esquina comprar um pão, e os deixem sozinhos na internet muito precocemente. Eles esquecem que a internet é uma rua, uma avenida, uma praça pública. Talvez a criança e o jovem fiquem tão focados nisso que deem menos trabalho aos pais. A gente vai a restaurante e vê um monte de criança com celular ou tablet.

A internet móvel é um “cala a boca”, “fica quieto”. Aí é que a criança aprenderia a socialização, como se comportar em locais diferentes com pessoas diferentes. Aí estaria o empenho da família na formação dos filhos. Nas crianças e nos jovens, a internet sem tutela provoca aquela ideia do descompromisso: “Posso fazer e falar o que eu quiser que não tem consequência”. Mas não é a internet em si a responsável por isso. Ela não é o único elemento a dar essa ideia para os mais novos, é só mais um.

 


Por: Larissa Roso - Fonte: ZH Vida e Estilo

Terapia familiar: como pode lhe ajudar?


 A terapia familiar pode ser uma excelente alternativa para famílias que estão passando por momentos de conflitos e desarmonia. Nesse contexto, a família pode ser vista tanto em sua estrutura nuclear — pai, mãe e filhos — quanto em sua estrutura estendida, incluindo assim avós, primos, genros, noras, etc.

Mas, afinal, como a terapia familiar funciona?

O que é a terapia familiar?

A terapia familiar é uma terapia realizada em grupo de modo a construir e desenvolver o diálogo entre os membros familiares e assim auxiliar na resolução de problemas e na conquista de relações respeitosas, harmoniosas e saudáveis.

Quais os problemas que podem ser discutidos na terapia familiar?

Conflitos de geração, uso de drogas, alcoolismo, discordâncias em relação à criação dos filhos, quadros de depressão, bulimia, anorexia e diversos outros podem levar a família a procurar a ajuda do terapeuta.

De qualquer forma, esses problemas são vistos apenas como reflexos ou consequências de relações familiares desarmoniosas, sendo essas relações o principal foco da terapia.

Quais os objetivos da terapia familiar?

Entre os principais objetivos da terapia familiar estão:

  • promover o autoconhecimento em nível individual e familiar;
  • compreender a importância do diálogo e do respeito ao outro;
  • reconhecer os padrões que geram os comportamentos;
  • melhorar a comunicação e as relações entre os membros da família;
  • compreender o papel de cada indivíduo no bom funcionamento da dinâmica familiar;
  • aumentar a responsabilidade pessoal;
  • favorecer mudanças construtivas de forma a harmonizar o ambiente familiar.

Quais os tipos de terapia familiar?

Como todo tratamento terapêutico, a terapia familiar também possui diversas escolas e técnicas que podem direcionar a ação do terapeuta. A mais comum é a escola sistêmica, seguida pelas escolas transgeracional, estrutural e estratégica.

A escola sistêmica vê as relações familiares como um sistema de interações no qual a família é tida como mais do que a soma de suas partes e os problemas são consequências de falhas nessas interações e não erros individuais.

A escola transgeracional busca no passado os padrões repetitivos e disfuncionais que provocam as relações conflituosas no presente. Assim, há um foco grande na estrutura de toda a família e na compreensão de como cada relação se dá nesse contexto.

A escola estrutural busca alterar as posições de cada elemento da família de modo a promover reflexões e mudanças na experiência diária. Já a escola estratégica tem uma abordagem mais prática e mais limitada a um problema específico na dinâmica familiar, buscando identificar os padrões de interação que provocam esse conflito.

 

Como é a sessão de terapia familiar?

As sessões costumam durar em média 45 a 60 minutos e ocorrem em periodicidade recomendada pelo terapeuta e da disponibilidade da família. Todos os membros convidados para a sessão se dispõem em cadeiras, organizadas na forma de um círculo, em um ambiente confortável e iluminado. A decoração do ambiente tende a ser lúdica e conter brinquedos para que as crianças se sintam mais confortáveis.

Ao final da sessão é comum que a família receba tarefas a serem realizadas em casa até a próxima consulta. No início da sessão seguinte, cada membro é convidado a resumir os avanços da terapia até o momento e quais as mudanças já obtidas.

Há alternativas para a terapia familiar?

Caso a família ou algum membro específico não tenha interesse em iniciar completamente o processo de terapia, pode-se buscar soluções mais práticas e simples e que muitas vezes são suficientes para resolver o problema.

Uma dessas possibilidades é buscar orientação psicológica, que pode ser feita presencialmente ou online, através de profissionais de qualidade, em sessões mais objetivas, que respondem a dúvidas e aconselham a família sobre sua necessidade imediata.

Entendeu melhor como a terapia familiar funciona? Qualquer dúvida é só nos deixar um comentário!

 


Fonte: Psicologia Viva



Um psicólogo fez um ensaio fotográfico tocante para ajudar a falar sobre doenças mentais e suicídio


“Quis mostrar visualmente essa angústia para quem nunca a sofreu”, disse Douglas Amorim.


AVISO: este post contém imagens sensíveis sobre suicídio.

O ensaio fotográfico “Intimidade Depressiva” foi a forma que o psicólogo Douglas Amorim, de Cuiabá (MT), encontrou para chamar a atenção para o tema das doenças mentais e do suicídio.

Cada foto do ensaio representa uma manifestação emocional. Esta acima é sobre o sentimento de embotamento emocional ou afetivo, que reflete aquela fase da depressão em que a pessoa se sente incapaz de fazer as coisas mais triviais, como levantar da cama e escovar os dentes.

Leomax Lester

Cada foto do ensaio representa uma manifestação emocional. Esta acima é sobre o sentimento de embotamento emocional ou afetivo, que reflete aquela fase da depressão em que a pessoa se sente incapaz de fazer as coisas mais triviais, como levantar da cama e escovar os dentes.

O objetivo foi criar empatia e informar sobre doenças mentais que podem levar ao suicídio. “Quis fazer as pessoas que sofrem se sentirem traduzidas e impelidas a buscar ajuda”, explicou Douglas em entrevista ao BuzzFeed Brasil.

Já este clique representa a sensação de estar acorrentado.

Leomax Lester

Já este clique representa a sensação de estar acorrentado.

Douglas conta que a maior queixa de seus pacientes é que amigos e familiares não entendem o que eles estão passando. “Quis mostrar visualmente essa angústia para quem nunca a sofreu”, explicou.

Esta foto representa a sensação de ter virado um objeto e a perda de significado de si próprio.

Leomax Lester

Esta foto representa a sensação de ter virado um objeto e a perda de significado de si próprio.

A desinformação sobre a doença pode ser fatal. Sem saber que existe ajuda, as pessoas que sofrem com o problema se sentem sem saída.

Esta foto representa o transtorno de ansiedade.

Leomax Lester

Esta foto representa o transtorno de ansiedade.

Douglas conta que também já sofreu de depressão e foi o modelo das próprias fotos.

Esta foto representa a Síndrome do Pânico, uma sensação física de perigo mortal iminente.

Leomax Lester

Esta foto representa a Síndrome do Pânico, uma sensação física de perigo mortal iminente.

“As pessoas não sabem que tem tratamento, entendem como fraqueza. Os números só aumentam e isso não é tratado como caso de saúde pública”.

Esta foto representa fobia social e timidez patológica, outro aspecto comum da depressão, entre outras doenças.

Leomax Lester

Esta foto representa fobia social e timidez patológica, outro aspecto comum da depressão, entre outras doenças.

O suicídio é a segunda causa de mortes de jovens no mundo, perdendo apenas para mortes em acidentes de trânsito, segundo uma série de estudos de 2012 publicados na “Lancet”, um periódico médico.

Esta foto representa a bipolaridade.

Leomax Lester

Esta foto representa a bipolaridade.

A inspiração para a estética das fotos veio do trabalho da fotógrafa americana Brooke Shaden e o ensaio foi realizado com o fotógrafo Leomax Lester.

Esta foto representa alguém prostrado diante das coisas.

Leomax Lester

Esta foto representa alguém prostrado diante das coisas.

A ideia de fazer o ensaio veio de uma vivência também na arte. “Sou psicólogo clínico há sete anos e sempre fiz teatro. Queria me manifestar de forma artística sobre a importância de cuidar da saúde mental”, disse.

Esta foto traduz a despersonificação, definida por Douglas como um 'transformar-se em 'outra pessoa'', de forma que qualquer coisa pareça insuportável, intransponível'.

Leomax Lester

Esta foto traduz a despersonificação, definida por Douglas como um “transformar-se em ‘outra pessoa'”, de forma que qualquer coisa pareça insuportável, intransponível”.

Douglas também usa seu Instagram para tentar aproximar a psicologia das pessoas. “Tento desmistificar a ideia de que psicólogos só são necessários em casos extremos. A psicologia pode ajudar as pessoas em tudo. O ciumento, o inseguro, o ríspido, o que posterga, também podem se beneficiar”, diz.

Esta foto representa a sensação de ser sempre perseguido pela condição, não importando onde se vá. 'Os morcegos representam a doença mental', diz.

Leomax Lester

Esta foto representa a sensação de ser sempre perseguido pela condição, não importando onde se vá. “Os morcegos representam a doença mental”, diz.

Fibromialgia: a dor que a sociedade não vê, nem entende


A fibromialgia foi reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1992.Atualmente, a fibromialgia afeta 4% da população, sendo que deste total quase 90% são mulheres.

É conhecida como a “doença invisível” porque afeta todas as partes macias do aparelho locomotor e não pode ser diagnosticada facilmente através de exames médicos.

Controle-da-dor-na-fibromialgia-terapêutica-medicamentosa-e-não-medicamentosa

A fibromialgia não se vê, não deixa marcas na pele nem provoca feridas que outros possam ver. É uma dor solitária, desesperadora.

Sofrer de fibromialgia é algo muito duro: não sei como vou acordar hoje, se conseguirei me mexer, se poderei rir ou só terei vontade de chorar… O que eu sei com certeza é que não finjo: eu sofro uma doença crônica.

Atualmente ainda se desconhece a etiologia desta doença, mas o que sabemos é que ano após ano são mais pessoas diagnosticadas, por isso a medicina está tentando trabalhar em uma intervenção o mais globalizada possível, incluindo, evidentemente, o aspecto biopsicossocial.

Hoje queremos apresentar algumas dicas básicas para que você possa enfrentar a doença com força, melhorando a sua qualidade de vida na medida do possível.

Fibromialgia: a doença real que não se vê

Quando uma pessoa não pode se levantar da cama porque sente que “agulhas ardentes” ferem as suas articulações, não está fingindo nem procurando uma desculpa para não ir ao trabalho.

Quem sofre de fibromialgia deve adicionar à sua própria doença a incompreensão social, com a sensação de se sentir invisível em um mundo que só acredita no que vê.

O principal problema da fibromialgia está na controvérsia da sua origem: psicológica ou orgânica. Estas são as principais conclusões que os especialistas apontam:

Possível origem da fibromialgia

É preciso esclarecer em primeiro lugar que não existe evidência médica que relacione a fibromialgia com uma doença psiquiátrica.

  • Alguns autores falam de que cerca de 47% dos pacientes sofrem de ansiedade, mas é preciso considerar também que esta dimensão psicológica pode ser uma resposta da própria dor, da própria doença.
  • Segundo um trabalho publicado na revista “Arthritis & Rheumatology”quem sofre de fibromialgia experimenta uma maior hipersensibilidade à estimulação sensorial cotidiana.
  • Através de uma ressonância magnética os pesquisadores descobriram que frente a um estímulo visual, tátil, olfativo ou auditivo, as regiões de integração sensorial cerebral sofrem um sobre estímulo maior que o normal.
  • As pessoas com fibromialgia têm um maior número de fibras nervosas sensoriais nos seus vasos sanguíneos, de modo que todo estímulo ou mudança de temperatura causa uma dor intensa.

Algo a considerar é que qualquer fator emocional irá aumentar a sensação de dor nestas fibras nervosas. Uma situação pontual de estresse irá resultar em uma sobrecarga na estimulação e em dor, e a sensação de dor e cansaço crônico pode conduzir o paciente à impotência e inclusive a uma depressão.

Fibromialgia1

Portanto, caímos em um círculo vicioso no qual uma doença de origem orgânica é aumentada pelo fator psicológico. Por isso, vale a pena controlar a dimensão emocional para atenuar ou pelo menos “controlar” a origem etiológica.

Estratégias psicológicas para enfrentar a fibromialgia

A dor crônica faz parte da nossa realidade social, sendo a fibromialgia (FM) uma das suas principais causas. Agora que já temos clareza de que fatores como estresse ou a tristeza irão aumentar a sensação de sofrimento, é importante introduzir algumas estratégias básicas de enfrentamento que podem ajudar.

Hoje você se levantou, se vestiu e pode sair para a rua. Ninguém mais entenderá as suas conquistas, mas esses pequenos triunfos são importantes para você e devem lhe dar forças: você pode ser mais forte que a sua doença.

5 chaves para obter uma melhor qualidade de vida

Em primeiro lugar é importante considerar que nem sempre as mesmas estratégias servirão para todas as pessoas. Você precisa encontrar aquelas estratégias que sejam boas para você de acordo com as suas peculiaridades e necessidades. Para isso, experimente e selecione você mesmo aquelas que lhe causam maior alívio.

  • Entenda a sua doença. Isso implica estar em contato com especialistas, médicos e psicólogos. São necessários tratamentos multidisciplinares e cada um lhe trará todo o conhecimento desta condição para que você “compreenda” o seu inimigo. Desta forma, você estará mais seguro e prevenido.
  • Passe a ter uma atitude positiva na sua vida. Sabemos que não é simples, mas em vez de reagir frente a dor, é melhor aceitá-la e tratá-la, não se deprimir. Não hesite em conversar com pessoas que sofram o mesmo que você, não se isole, nem guarde rancor daqueles que o rodeiam.
  • Procure atividades que lhe permitam enfrentar o estresse e a ansiedade: existem técnicas de relaxamento muito adequadas que podem lhe ajudar. A ioga, por sua vez, também pode ser muito benéfica.
  • Nunca perca o controle da sua vida, não deixe que a dor domine.Para isso, estabeleça momentos de ócio cotidiano por menores que sejam. Saia para caminhar e não evite o contato social.

20150805040024331

  • Ouça as suas emoções, os seus pensamentos e a sua linguagem. O que pensamos e sentimos tem uma influência direta sobre a doença. Se você disser frases como “não vou conseguir me levantar”, “isso não tem solução” ou “já não tenho mais forças”, você aumentará o seu sofrimento.

Vire estas frases do avesso e você verá como a sua realidade muda.


Fonte: A Soma de todos os afetos

Salvar

Abrir conversa
Olá 👋
Podemos te ajudar?