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10 graves sintomas de esgotamento emocional


O esgotamento emocional é um grande vilão que se não for tratado com seriedade pode se transformar em depressão.

Tudo começa de forma discreta e você não dá importância, acha que é apenas cansaço e assim que tiver um tempo tira uma folga para relaxar e tudo ficará bem.

O problema é que essa folga vai sendo adiada constantemente por problemas cotidianos e alguns sintomas começam a aparecer. Quando são sintomas físicos você procura um médico.O médico por sua vez diz que não é nada grave e prescreve um calmante natural junto com o remédio para tratar o problema físico.

Você segue o tratamento, os sintomas físicos (geralmente ligados ao aparelho digestivo) melhoram e você segue bem por um curto período, até aparecer outro problema.

O esgotamento emocional aparece geralmente após um período conturbado que ficou para trás, ou junto com um problema que você está lutando para resolver mas não consegue.

Aqui seguem alguns sintomas típicos que você deve ficar atento para não deixá-los sem a devida atenção.

1 – O sono não é reparador

Você já acorda cansado, mesmo tendo dormido a noite toda. Precisa de uma boa dose de café para sair de casa e começar seus afazeres diários. O cansaço só vai piorando durante o dia.

2 – Queda de rendimento no trabalho

Você não é mais tão rápido para fazer tudo o que sempre fez com disposição. Tem dias que parece que está ligado no modo automático no trabalho e em reuniões para organização de novos projetos você não tem ideias e acaba seguindo e apoiando as ideias dos outros pois está cansado demais para se empenhar em algo novo e ser criativo.

3 – Memória fraca

A agenda agora é sua amiga, pois sem o aviso no celular você esquece mesmo e nem se dá conta, por isso até coisas que você costumava nunca esquecer estão sendo colocadas para apitar no telefone.

4 – Há algum tempo sair de casa para festas e ficar com os amigos já não te dão entusiasmo

Antes era bom sair, conversar com amigos, mas agora existe sempre uma boa desculpa para ficar de pijama em casa. Assistir um filme debaixo das cobertas é muito mais satisfatório do que ir ao cinema. Ás vezes você até sai, conversa, mas tem sempre uma preocupação te impedindo de curtir inteiramente um momento de descontração. Você prefere não ficar muito tempo fora de casa, precisa de mais tempo de descanso.

5- Azia, dores de estômago e intestino que não funciona como deveria

Nosso aparelho digestivo é sempre o primeiro a dar sinais de que suas emoções não estão bem. Pessoas esgotadas emocionalmente sempre sofrem com algum tipo de problema no aparelho digestivo. Você marca consulta com o gastro, toma os remédios e muda a dieta, como o médico sugere. Mas o problema insiste em voltar e você não entende o porquê.

6- Dores de cabeça

Por não ser insuportável, basta tomar um analgésico e tudo fica bem, mas ela marca presença pelo menos três vezes ao mês, ou até mais. É claro que você deve ir ao médico investigar sintomas físicos, seguir recomendações médicas é fundamental, mas nesse caso, os exames não identificam nada e você acaba com uma frustração e uma receita de calmante leve e natural para melhorar.

7- Vontade de chorar sem explicação aparente

Sua sensibilidade está muito maior e coisas pequenas como perder o ônibus e chegar atrasado a um compromisso ou uma despesa inesperada que irá te deixar mais apertado financeiramente durante o mês já são suficientes para um choro compulsivo e reclamações exageradas. Depois do desabafo você melhora e segue o resto do dia quieto até a hora de dormir. No outro dia você sente vergonha por ter sido tão sensível e procura seguir como se nada tivesse acontecido.

8- Dificuldades para ler e assimilar novos conteúdos

Ler um livro e conseguir prestar atenção ficou mais difícil. No meio da página você começa a pensar em outras coisas e quando volta para a realidade se dá conta que esqueceu o que acabou de ler e volta para a página anterior. Aprender algo novo está mais complicado, sua paciência em aulas e palestras já não é a mesma de antes. Não vê a hora de ir embora fazer outras coisas, pois prestar atenção está difícil.

9 – Pensamentos negativos mais frequentes

No geral você é uma pessoa otimista, compartilha mensagens bonitas de motivação em redes sociais, mas ás vezes lá no fundo você sente vontade de explodir, não faz orações ou frequenta sua religião com o mesmo entusiasmo e para de buscar novas soluções para os problemas, pois acredita que as coisas podem piorar se você tentar algo novo. Sente mais o lado negativo, e se existe uma chance das coisas darem errado elas agora recebem mais atenção da sua parte, pois você está cansado de se machucar e esperar demais de tudo e de todos.

10 – Engolir sapos para evitar discussões

Pra você certas pessoas são do jeito que são e não vão mudar. Elas te irritam, tratam mal, mas você prefere não confrontar porque seria perda de tempo, principalmente no trabalho. É uma boa linha de raciocínio, desde que não te afete emocionalmente. É preciso impor limites ás vezes, mesmo que seja educadamente. Se for possível cortar da sua vida para ter paz e saúde, não pense duas vezes. Da mesma forma que ninguém está disposto a ficar doente por você, você também não pode tolerar comportamentos abusivos para não causar atritos. Liberte-se!

Como tratar?

Os sintomas físicos devem sempre receber atenção de um médico e o tratamento deve ser seguido, mas tudo que for de fundo emocional não vai parar de se manifestar.

Pare de adiar seu descanso, faça algo por você! Procure ajuda, faça terapia. Liberte-se de relacionamentos destrutivos que não te levarão a felicidade nunca. Atue a seu favor, não tente absorver problemas que não são seus. Não faça pelos outros mais do que faz por você. Coloque-se em primeiro lugar, nada deve ser feito no modo automático. Você deve sentir a vida e não apenas seguir o fluxo.

 


Fonte: Revista Pazes - escrito por LUCIANA LARA

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Pesquisa revela 7 hábitos de pessoas cronicamente infelizes


O conceito sobre felicidade se torna extremamente claro com esta definição: Existem 7 características principais de pessoas cronicamente infelizes. A pesquisadora Sonja Lyubomirsky, da revista Psychology Today, da Universidade da Califórnia, afirma que “40% da nossa capacidade para sermos felizes está em nossa disposição de mudar”.  Se isso é verdade e é, há esperança para todos nós. Existem bilhões de pessoas no nosso planeta e, claramente, algumas ficam na pinguela entre a felicidade e a infelicidade.

 Aprendi, depois de muito tempo, que existem certos traços e hábitos que parecem dominar cronicamente as pessoas infelizes. Mas antes de mergulhar com você neste tema, deixe-me antecipar algo importante: Todos nós temos dias ruins e mesmo semanas, meses e anos ruins, principalmente quando caímos na armadilha de uma das sete áreas que vamos descrever.

A principal diferença entre uma vida feliz e uma vida infeliz é o tempo em permanecemos nela.

 

Confira as 7 categorias de pessoas cronicamente infelizes.

 

  1. A crença padrão é que a vida é difícil. Muito difícil…

Pessoas felizes sabem que a vida pode ser difícil, mas se dispõem a atravessar os tempos difíceis com uma atitude sábia de não se colocar no papel de vítima. É comum assumirem a responsabilidade por se meterem em confusão. E se concentram em sair dela o mais rápido possível.

Apresentam firmeza para encarar o problema em vez de reclamar das circunstâncias. Este é o sintoma de uma pessoa feliz. As pessoas infelizes se consideram vítimas e ficam presas com uma reclamação recorrente: “Olha o que aconteceu comigo”. As pessoas infelizes jamais buscam um caminho alternativo.

 

  1. Acredita que a maioria das pessoas não é confiável

Não é preciso dizer que confiança é importante. A maioria das pessoas felizes confia no outro. Acreditam no bem que as pessoas podem fazer. E são amáveis com todos. Por isso se tornam especialistas em construir um espírito de comunidade em torno de si.

As pessoas infelizes, ao contrário, desconfiam da maioria que conhecem e dizem que os estranhos não são confiáveis. Infelizmente essa é uma postura que, lentamente, fecha a porta a qualquer conexão externa e frustra todas as chances de fazer novos amigos.

 

  1. Prefere se concentrar apenas no que está errado neste mundo e não reconhecem o que é certo

Há muita coisa errada neste mundo. Nem é preciso argumentar sobre elas. Mas as pessoas infelizes fecham os olhos para o que está certo e se concentram exclusivamente no que está errado. E quando se deparam com coisas boas respondem com um duvidoso “Sim, mas…”.

As pessoas felizes estão cientes das mazelas que acontecem no mundo, mas estabelecem um ponto de equilíbrio em sua preocupação para enxergar também o que é certo. O mais apropriado, neste caso, é chamar isso de “Manter os dois olhos bem abertos”. Pessoas infelizes tendem a fechar um olho para as coisas boas com medo de que possam se distrair do que está errado. Pessoas felizes preferem manter os olhos em perspectivas. Elas sabem que em todos os lugares têm problemas, mas também fixam os olhos no que é certo.

 

  1. Vive a se comparar com os outros e alimenta o ciúme

As pessoas infelizes acreditam que a boa sorte de outra pessoa rouba a sua própria sorte. Acreditam que não existe bondade ao seu redor e constantemente compara o seu destino com o dos outros. Isso as leva ao ciúme e ao ressentimento.

Pessoas felizes sabem que a sua boa sorte e as circunstâncias são meros sinais de que qualquer pessoa pode desejar e alcançar a felicidade. Os povos felizes e prósperos acreditam que carregam um modelo que não pode ser duplicado por qualquer outro no planeta. Confiam em suas possibilidades e não ficam atolados pensando que a boa sorte de uma pessoa limita o resultado final na gangorra da vida.

 

  1. Controla sua vida com esforço exagerado

Existe uma enorme diferença entre controle e esforço para alcançar os objetivos. As pessoas felizes diariamente adotam medidas para cumprir suas metas, mas percebem, no final, que há muito pouco controle sobre o que vida lança no seu caminho.

As pessoas infelizes se esforçam ao máximo para controlar os resultados e se desmoronam quando a vida joga uma chave em seu caminho. E não conseguem abrir a porta. Pessoas felizes podem ser focadas, mas têm a capacidade de ir com o fluxo e não se esmorecem quando a vida mostra um obstáculo. E conseguem abrir a porta.

A chave dá passagem a uma porta de luz para o fim a ser alcançado. Mesmo assim, as pessoas felizes se preparam para o que  pode acontecer sem se desmoronar quando os melhores planos ruírem.  Porque isso pode acontecer. Ir com no fluxo da vida e acreditar em uma nova chance é o plano B das pessoas felizes.

 

  1. Vislumbra o futuro com preocupação e medo

Há muito espaço de aluguel nos ouvidos das pessoas infelizes. E os seus pensamentos se enchem com o que pode dar errado em vez de pensar no que pode dar certo. Já as pessoas felizes tomam uma dose de ilusão e se permitem sonhar acordadas sobre o que gostariam de realizar na vida.

Por outro lado, as pessoas felizes também experimentam medo e preocupação, mas fazem uma distinção importante entre sentir e viver. Quando o medo ou a preocupação entra na mente de uma pessoa feliz ela se pergunta sobre a  possibilidade  de uma ação que possa evitar que o seu medo ou preocupação aconteça. Pessoas infelizes preenchem esses espaços com constante preocupação e medo do futuro.

  1. Suas conversas estão cheias de reclamações e, não raro, carregadas de fofocas

As pessoas infelizes vivem ancoradas na reclamação e gostam de viver no passado.  O que lhes aconteceu e as dificuldades da vida são o centro de suas conversas. Quando esgotam as coisas que têm a dizer, se voltam para a vida de outras pessoas. O que popularmente é considerado como fofocas.

Pessoas felizes vivem no agora e sonham com o futuro. São capazes de sentir a vibração positiva em todos os quadrantes. Sempre são estimuladas com algo em que estão trabalhando, se sentem gratos pelo que conseguiram e sonham com as imensas possibilidades da vida.

Óbvio que nenhum de nós é perfeito. É provável que, em alguns momentos, vamos nadar em águas negativas, mas o que importa é por quanto tempo nós ficamos lá e a forma como trabalhamos no sentido de levarmos os problemas para longe de nós. Praticar hábitos positivos diariamente é o que define as pessoas felizes. As pessoas infelizes não se comportam assim. Sempre lamentam as oportunidades perdidas colocando a culpa no outro. Por fim, mesmo que você caia, volte novamente e repita o trajeto. É na recuperação que está toda a diferença entre uma pessoa feliz e uma que se considera infeliz.


Texto de Tamara Star – Extraído de The Huffington Post, publicado originalmente por Dally Transformations. Tradução e adaptação: Portal Raízes

Via: Portal Raizes

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10 filmes para ampliar seu olhar psicológico


Amigos leitores, queridas leitoras, esses são apenas alguns dos meus filmes favoritos sobre assuntos relacionados à psicologia, em variadas vertentes.

Tentamos evitar o lugar comum de listas similares, fiz questão de rever todos, no intuito de selecionar com mais clareza. Estão listados sem ordem de preferência.

1. Através de Um Espelho (Såsom I En Spegel – 1961)

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O primeiro projeto da hoje conhecida como “Trilogia do Silêncio”, que prefiro chamar de “Trilogia da Fé”, mostra Ingmar Bergman em seu estado mais objetivo, mas, ainda assim, flertando com metáforas. Analisando os três filmes, podemos claramente perceber os questionamentos do cineasta com relação a uma divindade aparentemente muda, invisível em meio aos destroços da guerra, a natureza da fé trabalhada por um ateu.

A trama simples utiliza o microcosmo de uma família que passa férias em uma paradisíaca ilha. Karin (Harriet Andersson) acaba de voltar de uma estadia forçada em um hospital psiquiátrico, ainda apresentando sinais de profundo desequilíbrio emocional. Seu marido, vivido por Max von Sydow, seu carente irmão mais novo (Lars Passgård) e seu pai, um homem tão imerso em sua ambição profissional literária, universo onde extravasa suas angústias, sem nunca ter coragem suficiente para resolvê-las, que foi incapaz de estabelecer uma relação de carinho com seus filhos.

Um toque de gênio é Bergman torná-lo “Deus” para seu próprio filho, que, admirado, percebe ao final que finalmente conseguiu vê-lo/senti-lo. Após seu contato com a “aranha”, que a manipula e a frustra terrivelmente, a jovem esvazia seu copo de esperança. Bergman força essa reflexão em seu público, levando-o a ver que o conceito divino não se limita a um rígido padrão de ideias e condutas, facilmente manipulado pelas religiões mundanas com seus rituais vazios.

Práticas que isolam/segregam o homem, ao invés de fazê-lo perceber-se como parte de um todo. Aquele que busca encontrar Deus, não deve fazê-lo em templos, mas, sim, no ato simples de sorrir para estranhos.

2. Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of The Spotless Mind – 2004)

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Na Grécia antiga, berço da filosofia, Heráclito afirmava metaforicamente que nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio. O existir é um perpétuo mudar, um constante fluir. Já Parmênides de Eleia, povo pioneiro no uso da dialética, contestava-o afirmando que o ser é único, eterno, imutável, imóvel e infinito. Ele dividia o mundo em sensível, aquele que conhecemos pelos sentidos, e inteligível, mundo que não vemos e não tocamos, mas compreendemos.

John Locke argumentava que a identidade do ser, não era definida por características físicas, mas sim por repetida auto-identificação. Logo, a memória torna-se essencial na construção do ser. O que aconteceria caso o homem pudesse manipulá-la, de forma a aniquilar elementos que o fizeram tornar-se quem ele é? Apagar da mente aqueles eventos que ajudaram a construir sua personalidade, afetaria a forma como o ser lidaria com o seu habitat?

O filme, dirigido por Michael Gondry, abre esta importante discussão, contando a história do casal Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet). Após anos sentindo-se insatisfeita com os rumos do relacionamento, ela age impulsivamente e aceita participar de um tratamento que irá fazê-la “cirurgicamente” esquecer completamente de seu namorado.

Indignado, Joel decide fazer o mesmo, porém acaba percebendo o valor da preservação daqueles momentos. Ele lutará até o fim para manter suas recordações, mesmo aquelas que lhe causam sofrimento, pois também ajudaram a construir o homem que ele se tornou. O roteiro brilhante de Charlie Kaufman nos induz a questionar a nossa frágil psique, com a angústia de alguém em lidar com a indiferença do outro. Apaga-se a memória, porém ele ainda existe.

3. Minha Vida em Cor-de-Rosa (Ma Vie en Rose – 1997)

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A primeira sequência do filme já expõe o leitmotiv que conduz a sensível trama. Enquanto os pais de Jerome escondem ritualisticamente em seus uniformes diários a ausência do calor que outrora havia em seu relacionamento, os pais de Ludovic se entregam à vida naturalmente e com real paixão, com o diretor de arte expondo claramente o contraste na paleta de cores que emolduram as cenas.

O primeiro momento em que realmente vemos o menino, somos levados a sentir o mesmo choque que seus pais, pois ele está usando o vestido de princesa de sua irmã. Seu pai, temeroso pelo julgamento cruel da sociedade, limita sua corajosa atitude a uma brincadeira inconsequente. Sua mãe corre para fazê-lo retirar com água fria a maquiagem de seu rosto. No rosto da criança, a apatia dos que sofrem diariamente com a ignorância daqueles que deveriam ser mais inteligentes, por terem mais experiência de vida.

Ludovic não sabe ainda que o ser humano é uma espécie muito pouco evoluída, escrava de crenças em seres imortais, anjos, demônios e feitos miraculosos, porém incapazes de simplesmente aceitar uma condição natural que compartilhamos com várias espécies (mais de 1.500, para ser mais exato) do reino animal: a homossexualidade.

A religiosidade, sempre caracterizada pelo domínio do homem sobre a mulher, desde a lenda de Adão e Eva, vista como a causadora de todos os males, estabeleceu fortemente sua presença na sociedade, como uma triste mancha na História, formando gerações de machistas ignorantes e mulheres sexualmente reprimidas.

A absurda noção do pecado, camuflando hipocritamente qualquer desejo sob um véu de pureza, que se rompe assim que o autoproclamado santo se tranca na solidão de seus pensamentos. A ilusão de que se alcança o divino pelo ato da castidade, ignorando que, caso exista, ele perceberia os instintos naturais que não se podem domar.

4. A Caça (Jagten – 2012)

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A bela fotografia de Charlotte Bruus Christensen auxilia ao emoldurar o cair das folhas de outono, inclusive como metáfora, simbolizando o crepúsculo de um homem oprimido, sendo complementada pela excelente interpretação de Mads Mikkelsen, que foge de sua zona de conforto, oferecendo um retrato humano e passional nesse excelente filme dirigido por Thomas Vinterberg.

Nenhuma chance é dada a ele, pois todas as famílias da região agarram-se ao inconsciente coletivo do pavor, temendo que ele se aproxime de suas crianças. Lucas (Mads) é um homem bom, adorado por seu filho e seus alunos, incapaz de cometer atos tão cruéis. Somos levados então a um calvário pessoal, onde progressivamente todos os membros da comunidade passam a duvidar de sua inocência.

A jovem Annika Wedderkopp (Klara) surpreende com uma excepcional atuação infantil, diferente da celebrada menina de “Indomável Sonhadora”, que apenas seguia instruções do diretor. Vinterberg nunca apela para o óbvio, enaltecendo mártires e pintando com tintas fortes os vilões, pois prefere mostrar todos como seres humanos falíveis e propensos a escolhas erradas.

O leitmotiv da confiança é explorado até o brilhante desfecho, onde o roteiro ainda inclui uma poderosa crítica social e religiosa. O simples benefício da dúvida já seria o suficiente para auxiliar no processo angustiante em que o protagonista se vê vitimado, mas a mensagem que o filme aborda é cruel em sua veracidade: a sociedade, desde o início dos tempos, sempre esteve propensa ao apedrejamento coletivo, algo que requer menos argumentação que a árdua tarefa de tentar enxergar a flor no lodo.

5. A Experiência (Das Experiment – 2001)

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O diretor Oliver Hirschbiegel adapta o romance de Mario Giordano e o transforma em uma experiência cinematográfica angustiante. Saber que se trata de uma história real, ajuda a fazer com que nossos olhos evitem piscar, enquanto somos sugados para dentro da trama.

Uma equipe de cientistas convoca vinte homens de diferentes origens para uma experiência psicológica em troca de um prêmio em dinheiro. Os participantes são colocados em uma prisão e divididos aleatoriamente em dois grupos: oito deles fazem o papel de guardas e os outros doze, de internos. Os presos devem obedecer às regras impostas pelos colegas que representam figuras de autoridade. No início, a camaradagem reina no ambiente.

Mas em pouco tempo, os falsos guardas mudam de comportamento e a violência, mesmo que proibida, preenche as lacunas. Os internos vão se tornando cada vez mais submissos e os guardas cada vez mais agressivos. Um estudo psicológico sobre o comportamento humano sem precedentes e uma obra que dificilmente irá sair de sua mente.

Ao final da sessão fica muito claro que só conhecemos realmente uma pessoa após darmos poder a ela.

6. O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für sich und Gott gegen Alle – 1974)

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O título original do filme: “Cada um por si e Deus contra todos” exprime com exatidão a mensagem desta obra sensacional do alemão Werner Herzog. Ele utiliza a história real do jovem Kaspar Hauser, que durante grande parte de sua vida foi mantido em um cativeiro, sem nenhum contato com a civilização. Ele não sabia andar ou se comunicar, tampouco entendia que havia outros seres como ele.

Como trocavam sua comida durante seu sono, ele acreditava que sua alimentação aparecia como que por mágica, sempre após ele fechar os olhos. Seu único companheiro era um pequeno cavalo de madeira.

Sua vida muda quando um homem adentra sua prisão e o entrega de volta à sociedade, deixando-o de pé no meio de uma praça na cidade de Hamburgo.

Munido apenas de uma carta e um livro de orações, o jovem vislumbra pela primeira vez o mundo. O diretor escolheu Bruno S. para viver o jovem. Ele havia passado sua vida inteira em instituições para doentes mentais e nunca havia atuado. Seus olhos sempre distantes e assustados, como se vissem o mundo pela primeira vez. O filme nos questiona sobre o que consideramos ser normal, dentro da estrutura de uma sociedade contraditória, que não sabe como reagir ao entrar em contato com um homem puro, sem cultura e regras a seguir.

Os religiosos se revoltam, já que ele resiste à aceitação do mistério da fé. Ele desconhece a ideia de um Deus como força superior e debate questões de lógica com um professor. Somos brindados com várias cenas brilhantes e com uma história inesquecível. Meu filme favorito de Herzog e uma das melhores obras do cinema alemão.

 

7. Zelig (1983)

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Em sua genialidade, Woody Allen estrutura esse filme como um documentário sobre Leonard Zelig, um (literalmente) camaleão social da década de vinte. Sem nenhum esforço, ele é capaz de adotar características físicas e mentais de qualquer pessoa com quem se relacionar. Ao lado de franceses, ele conversa fluentemente em francês, com direito até ao clássico bigodinho fino.

Mas o que realmente fascina no roteiro é a forma como o personagem se adapta socialmente, como quando discute jargões de medicina ao lado de doutores, com total conhecimento sobre a área. A crítica é certeira, mostrando como as pessoas se moldam, até o caráter, no intuito de agradar e serem aceitas. E, claro, dignitários com os mais diversos interesses passam a utilizar suas palavras como alegoria para suas atividades.

Zelig acaba se tornando na sociedade uma espécie de “Chance”, o jardineiro interpretado por Peter Sellers em “Muito Além do Jardim”.

Mia Farrow vive uma doce doutora que acredita que o fenômeno seja psicológico, uma manifestação de alguém que não consegue se expressar, levando o roteiro a abordar também o machismo da época, mostrando a reação agressiva dos médicos a essa nova hipótese.

O processo de tratamento é tão eficiente, que ele passa a conseguir até discordar de outras opiniões, algo impensável em sua realidade de outrora. Quantas pessoas assim você conhece em sua vida?

 

8. O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker – 1962)

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Esse belíssimo filme conta a história real da professora, vivida por Anne Bancroft, que busca incessantemente mostrar as belezas do mundo a uma menina cega e surda, a jovem Helen Keller, uma atuação impressionante de Patty Duke, que já estava vivendo a personagem nos palcos, contracenando com Bancroft. Com muita persistência, ela consegue retirar a garota de uma realidade solitária e depressiva, levando-a a adaptar-se ao mundo, fazendo-a conseguir se expressar.

Foi preciso pulso firme por parte de Anne, pois a família da jovem havia contribuído para que ela se colocasse em um pedestal, como revoltada vítima das circunstâncias, da qual foi retirada por intermédio de uma rígida disciplina amorosa.

Ela sabia que seria difícil alcançar a alma daquela jovem, que estava perdida nas profundezas daquele enigma aparentemente impenetrável que os anos de escuridão e solidão haviam cruelmente forjado.

A cena que motivou o texto dura por volta de oito minutos, sem diálogos ou trilha sonora, ocorrendo no primeiro momento em que as duas ficam sozinhas numa sala de jantar que se torna um intenso campo de batalha. Helen inicialmente busca atrair atenção se debatendo no chão, enquanto Anne calmamente continua almoçando. Minutos antes, ela havia percebido que a garota não conhecia limites, devorando os alimentos de todos os pratos como se fosse um animal enjaulado, sendo mimada pela piedade de sua família.

A professora estava obstinada a não deixar a menina sair daquele ambiente sem aprender que devia comer apenas sentada à mesa e com talheres. A brutalidade da cena choca, fazendo com que a angústia progressivamente se torne mais insuportável, com agressões físicas de ambas as partes. Ao final, uma pequena grande vitória que é relatada pela professora à extasiada mãe: Helen come na mesa e com talheres, até dobrando seu guardanapo. Ainda havia um longo caminho pela frente, pois ela precisaria educar os verdadeiros deficientes da trama, os familiares da menina.

 

9. O Segundo Rosto (Seconds – 1966)

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Em sua essência, um pesadelo Faustiano dos mais assustadores. Uma resposta corajosa para a eterna questão: o que você faria se lhe fosse ofertada uma segunda oportunidade na vida? É o que descobre o personagem vivido por John Randolph, quando é convidado a participar de um enigmático projeto. Já tendo passado dos cinquenta anos e dedicado toda sua vida ao trabalho exaustivo, possui uma oportunidade única de renascer com uma nova identidade.

Com o auxílio de cirurgias plásticas, recebe sua jovialidade de volta e a liberdade para evitar cometer os mesmos erros. Rock Hudson interpreta o personagem após o renascimento, com uma entrega raras vezes experimentada pelo ator, acostumado na época ao conforto dos papéis de galã. Sua interpretação é auxiliada pela câmera instável de John Frankenheimer, fundamental para que nos envolvamos na atmosfera onírica da obra.

O filme, como todos à frente de sua época, não fez sucesso em sua estreia. Chegou a ser vaiado em Cannes.

Visto hoje, com sua fantástica abertura idealizada pelo genial Saul Bass, uma trilha perfeita de Jerry Goldsmith e uma fotografia impecável de James Wong Howe, se apresenta incrivelmente atual, tocando fundo no questionamento de como a sociedade é estruturada.

10. Esse Mundo é dos Loucos (Le Roi de Coeur – 1966)

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A trama dessa charmosa fábula antimilitarista parte de um conceito simples, instigando uma profunda reflexão que, a despeito da estética compreensivelmente datada, ainda ressoa implacavelmente atual. Durante a Primeira Guerra, o soldado Charles Plumpick, vivido por Alan Bates, um especialista em ornitologia, é enviado por engano a um vilarejo na França para desativar uma bomba deixada pelos alemães. Ao chegar, ele percebe que os moradores do local foram embora e que a cidade foi tomada pelos pacientes de um hospício. O dedo do diretor Philippe de Broca, que aparece em uma breve e hilária ponta como o soldado Adolf Hitler, estava obviamente apontado para os horrores da Guerra do Vietnã, mas o discurso proposto era mais abrangente.

A ideia, trabalhada por Maurice Bessy e Daniel Boulanger, nasceu de uma notícia sobre o assassinato de cinquenta doentes mentais franceses por soldados alemães, em uma invasão a um hospital durante a Primeira Guerra.

Eles tinham se vestido com o uniforme de soldados americanos mortos e foram andando pelo campo, quando os alemães os fuzilaram por engano. Os loucos de Broca, essencialmente sonhadores que se recusam a sentir medo, possuem uma compreensão mais profunda da vida, preferindo nobremente apreciar o momento em sua redoma de criatividade, enquanto aqueles considerados sãos, presos aos seus estúpidos rituais militares, estão dispostos a desperdiçarem futilmente suas vidas, acatando ordens que sequer entendem.

É linda a cena que mostra os pacientes recuando ao alcançarem o portão principal, com a trilha sonora festiva de Georges Delerue dando lugar ao sepulcral silêncio, enquanto acenam melancolicamente para seu rei de copas, que parecia decidido a retornar ao mundo real. O personagem escuta ao longe o som das máquinas da guerra, sentindo internamente o conflito entre a genuína alegria e o companheirismo que havia sentido no reino dos loucos e os ilusórios conceitos de virtude e grandeza que o aguardavam do lado de fora.

 

Dica de livro: Cinema e Loucura – Conhecendo os Transtornos Mentais Através dos Filmes

 


Por Octavio Caruso Fonte: Psicologias do Brasil 


		

Saúde Mental e Trabalho – 5 Habilidades para Melhorar o Ambiente de Trabalho

Desde tempos remotos o trabalho ocupa um lugar central na vida dos indivíduos; é tão antigo quanto o ser humano. Ao longo da história, à medida que a sociedade foi evoluindo, o conceito de trabalho também passou por alterações, assim como o sentido que lhe é atribuído em cada cultura.

Na pré-história, a luta constante pela sobrevivência, determinava a necessidade de trabalhar. Mais tarde, com o advento da revolução industrial a noção de emprego tomou forma, e as pessoas passaram a vender sua força de trabalho pela remuneração.

A partir da geração Y (década de 90) se tem uma concepção voltada para a realização pessoal, qualidade de vida, ao passo que almeja reconhecimento pelo seu esforço; e ao ser reconhecido, passa adquirir um status melhor do que tinha antes.

De fato, além de inserir as pessoas no meio social, o trabalho desempenha um papel central na construção da subjetividade humana. Dessa forma podemos afirmar, que tem uma relação direta com as condições de saúde tanto física quanto mental.

No entanto, essa nova concepção de trabalho é atravessada pela cúpula estratégica das empresas, que no contexto atual, buscam retroceder as relações de trabalho por meio da precarização dos contratos, flexibilização de leis no qual permite a retirada de benefícios e direitos.

Os modelos de gestão da atualidade muitas vezes podem criar um ambiente de trabalho marcado por violência psicológica, gerando um desgaste mental dos trabalhadores e potencializando o adoecimento psíquico.

Para Dejours (2004), no momento em que o trabalho for visto como uma simples execução de tarefas, e a subjetividade for anulada, consequentemente a saúde mental do trabalhador estará abalada. Segundo o autor, mesmo levando os colaboradores ao sofrimento e ao adoecimento, o trabalho pode constituir-se em fonte de prazer e de desenvolvimento.

Mediante os fatores mencionados, como é possível equilibrar saúde mental e trabalho? Considerando que a maior parte do tempo as pessoas estão em seus ofícios, produzindo e atingindo metas, é necessário que este tempo seja bem aproveitado.

O primeiro passo é observar como anda sua relação com os colegas, superiores e clientes. Quais pontos em sua rotina precisam ser melhorados?

Confira abaixo 5 habilidades fundamentais que podem melhorar seu ambiente de trabalho:

 

  1. Autoconhecimento:

É fundamental para identificar suas limitações e habilidades, e assim extrair o melhor de seu potencial para atingir seus objetivos profissionais.

autoconhecimento - saúde mental e trabalho basiléia

 

  1. Assertividade na comunicação:

É a capacidade de se expressar de forma clara e objetiva sem ofender o próximo. Uma pessoa assertiva possui autoconfiança, demonstra respeito e segurança. Dessa forma, no mundo corporativo é uma característica essencial para manter relações interpessoais saudáveis, seja com superiores, clientes ou colegas.

assertividade - saúde mental e trabalho basiléia

 

  1. Resiliência

É a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. Desenvolver essa habilidade é fundamental para lidar com o ritmo dinâmico de uma empresa, que a todo o momento propõe novos desafios.

resiliência - saúde mental e trabalho basiléia

 

  1. Inteligência Emocional:

É um conceito muito utilizado na psicologia para descrever a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas. Está ligada ao equilíbrio das emoções e sentimentos.

Provavelmente você já desse ter sentido aquela vontade de abrir o verbo e xingar alguém no trabalho (he he), mas com este controle você se dá conta que essa atitude pode colocar em risco sua carreira.

inteligência emocional - saúde mental e trabalho basiléia

 

  1. Empatia:

A capacidade de se colocar no lugar do outro, ajuda a compreender melhor o comportamento em determinadas circunstâncias e a forma como o outro toma as decisões. Saber ouvir e ter uma comunicação afetiva promove um ambiente de trabalho mais leve e com menos conflitos.

empatia - saúde mental e trabalho basiléia

 

As questões externas que permeiam as relações de trabalho (contexto político, modelos de gestão, dentre outros) são fatores que fogem ao nosso controle.

Ainda assim, fortalecendo seus recursos internos o indivíduo pode contornar essas adversidades e melhorar sua qualidade de vida e cuidar de saúde mental.

 


Equipe de Psicologia - Clínica Basiléia

 

Referências:

Atenção ao sofrimento e ao adoecimento psíquico do trabalhador e da trabalhadora : cartilha para profissionais do Sistema Único de Saúde – SUS / org. Álvaro Roberto Crespo Merlo , Carla Garcia Bottega , Karine Vanessa Perez ; il. Augusto Franke Bier – Porto Alegre : Evangraf, 2014.

DEJOURS, Christophe & MOLINIER, Pascale. O trabalho como enigma. In: LANCMAN, Selma & SZNELWAR, Laerte (orgs.). Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro/Brasília, Fiocruz/Paralelo 15. 2004.

https://www.ime.usp.br – Emprego e trabalho

 


 

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Não adianta esperar, depressão só tem jeito com diagnóstico, remédio e terapia

São 15 anos ouvindo pessoas e diagnosticando pacientes com depressão. Médico psiquiatra, Kleber Vargas é enfático ao dizer que depressão é doença e que para ela o tratamento é acompanhamento médico e medicamentos. Longe de ser frescura, no consultório chegam mais mulheres do que homens, com causas e pré-disposições ou não.

 

O diagnóstico da Depressão é o de doença e não de fraqueza.

“A depressão é uma doença no cérebro em que, na verdade, tem que ter uma pré-disposição genética. É muito difícil um paciente que não tenha no histórico familiar alguém com o mesmo diagnóstico”, explica o médico.

E o que ela faz? A depressão age fazendo com que o cérebro trabalhe de maneira diferente. Onde não se consegue produzir substâncias que levam a uma sequência de eventos intracerebrais. “Essas alterações ocorrem principalmente em áreas que controlam o humor, o pensamento, a tomada de decisões, o apetite, sono”, traduz o psiquiatra.

Os medicamentos entram, segundo o médico, como necessidade para controlar tais alterações. O que na maioria dos casos, reflete na prescrição do uso de antidepressivos associado à terapias. “Tem depressão que não tem um componente de interferência genética e sim fatores estressantes que podem desencadear, são os gatilhos. E fazendo terapia você vai tratar isso também, vai ajudar a pessoa a entender melhor e lidar com os conflitos e problemas”, completa o médico.

Como auxiliares e só assim, é que entram atividade física e a espiritualidade. “Não como tratamento, mas como coadjuvantes, a atividade física e a espiritualidade, para quem tem fé, ajuda. Agora, em casos mais graves, o tratamento é fundamental”, reforça Kleber.

Não que a escrita sagrada seja o parâmetro, mas para se ter noção de quão antigo é a doença da alma e que afeta o cérebro. “Tem exemplos na própria Bíblia, de que o Rei Saul era acometido por períodos de melancolia intensa, que traduzindo, era depressão. Nos relatos da Grécia Antiga, o próprio Hipócrates têm descrições precisas de quadros depressivos”, exemplifica Kleber.

Ainda que menor, mas presente, o preconceito ao redor do diagnóstico e do próprio médico psiquiatra é o que leva a menosprezar a doença e levar a interpretação equivocada de que depressão é falta de caráter, fraqueza e frescura. “Não é. Ninguém deprime porque quer. A gente vê profissionais no auge e você acha que a pessoa vai deixar de trabalhar, de conviver com familiares? Uma pessoa que, por vezes, pensa em se matar, como que vai se pensar que isso é frescura?” questiona o especialista. Outro mito em torno da doença, também cai. O de que a depressão só afeta “ricos”.

“É uma doença que, entre aspas, é democrática, vai do humilde ao rico”. As mulheres entram num número maior de pacientes, segundo o médico, devido à própria questão hormonal, a pressão social – de ainda ter de trabalhar, ficar bonita e cuidar da casa – e também por ser as que mais procuram ajuda médica.

Falando abertamente, Kleber explica que a doença pode ou não ter uma causa e os primeiros episódios estarem ligados à uma delas, como briga, namoro, casamento, desemprego ou luto. “Mas com o passar do tempo e quando não é tratado, pode sim ter um episódio depressivo independente de fator externo. Tem os pacientes que tem uma prevalência genética muita alta para desenvolver”, descreve.

Tendo uma causa ou não, os sinais de uma depressão podem ser notados nas mudanças de comportamento. Quando a vontade de ficar mais quieta ou mais crítica com o mundo e consigo mesma predomina. “Quando começam as indagações, além do filosófico, de qual é o sentido de estar viva, quando não se vê sentido nas coisas, começa a ficar irritada no trânsito, com filhos, familiares e perder o prazer em fazer coisas que normalmente se fazia”, elenca o médico.

A tristeza, ainda que não seja doença, deve ser encarada como um sintoma, quando se faz presente por um tempo prolongado. E a cura? Os trabalhos e estudos de dentro e fora do País é que dizem que cura não há, mas a chance de um novo episódio depressivo pode ser maior se o tratamento adequado não for feito. “Entre nove meses e um ano, tomando medicação, tem-se mais chance de não ter um novo episódio”, diz Kleber.

No consultório, não há um divã como da psicanálise. Mas para quem se sente mais à vontade, é no sofá que se abre para o médico. Ao lado, a mesinha de apoio traz uma caixa de lenços, que quando necessária, é o alento para um choro sem julgamento.

 


Fonte: Psicologias do Brasil
Por Paula Maciulevicius - TEXTO ORIGINAL DE CAMPO GRANDE NEWS




		

As feridas do círculo familiar são as que mais demoram para sarar

Não podemos permitir que um passado familiar disfuncional e traumático afete o nosso presente e o nosso futuro. Devemos ser capazes de superá-lo e nos curarmos para sermos felizes. As feridas do círculo familiar são as que mais demoram para se curar

As feridas geradas no círculo familiar causam traumas, carências profundas e vazios que nem sempre conseguimos reparar.

O impacto decorrente de um pai ausente, uma mãe tóxica, uma linguagem agressiva, gritos ou uma criação sem segurança e afeto trazem mais do que a clássica falta de autoestima ou os medos que é tão difícil superar.

Muitas vezes a dificuldade para resolver muitos destes impactos íntimos e privados está em um cérebro que foi ferido muito cedo.

Não podemos nos esquecer de que o estresse experimentado ao longo do tempo em idades jovens faz com que a arquitetura de nosso cérebro mude, e com que estruturas associadas às emoções sejam alteradas.

Tudo isso traz como consequência uma maior vulnerabilidade, um desamparo mais profundo que leva a um risco maior na hora de sofrermos de determinados transtornos emocionais.

A família é nosso primeiro contato com o mundo social, e se este contexto não nutre nossas necessidades essenciais, o impacto pode ser constante ao longo de nosso ciclo vital.

Vejamos a seguir, detalhadamente, por que é tão difícil superar estas feridas sofridas na época mais inicial de nossas vidas.

A cultura nos diz que a família é um pilar incondicional (embora, às vezes, erre)

O último cenário em que alguém pensa que vai ser ferido, traído, decepcionado ou até abandonado é, sem dúvida, no seio de sua família.

No entanto, isso ocorre com mais frequência do que imaginamos.

Estas figuras de referência que têm como obrigação dar-nos o melhor, oferecer confiança, ânimo, positividade, amor e segurança às vezes falham voluntária ou involuntariamente.

Para uma criança, um adolescente e até para um adulto, experimentar esta traição ou esta decepção no seio familiar supõe desenvolver um trauma para o qual nunca estamos preparados.

A traição ou a carência gerada na família é mais dolorosa do que a simples traição de um amigo ou companheiro de trabalho. É um atentado contra a nossa identidade e nossas raízes.

 

A ferida de uma família é herdada por gerações

Uma família é mais do que uma árvore genealógica, um mesmo código genético, que ter os mesmos sobrenomes.

As famílias compartilham histórias e legados emocionais. Muitas vezes estes passados traumáticos são herdados de geração em geração de muitas formas.

A epigenética nos lembra, por exemplo, que tudo que acontece em nosso ambiente mais próximo deixa um impacto em nossos genes.
Assim, fatores como o medo, o estresse intenso ou os traumas podem ser herdados entre pais e filhos.

Isso faz com que, em alguns casos, sejamos mais ou menos suscetíveis a sofrer de depressão ou reagir com melhores ou piores ferramentas diante de situações adversas.

 

Ainda que estabeleçamos distância de nosso círculo familiar, as feridas seguem presentes

Em um dado momento, finalmente tomamos coragem: dizemos “chega” e cortamos este vínculo prejudicial para estabelecer uma distância da família disfuncional e traumática.

No entanto, o simples fato de decidirmos dizer adeus a quem nos fez mal não traz, por si só, a cura da ferida. É um princípio, mas não a solução definitiva.

Não é nada fácil deixar para trás uma história, dinâmicas, lembranças e vazios.

Muitas destas dimensões ficam presas à nossa personalidade, e inclusive em nosso modo de nos relacionarmos com os demais.

As pessoas com um passado traumático costumam ser mais desconfiadas, têm mais dificuldade em manter relações sólidas.

Quem foi ferido precisa, além disso, se sentir reafirmado; anseia que os demais preencham estas carências, por isso muitas vezes se sentem frustrados porque poucas pessoas lhes oferecem tudo de que precisam.

 

Podemos chegar a questionar a nós mesmos

Este talvez seja o mais complexo e triste.

A pessoa que passou grande parte do seu ciclo vital em um lugar disfuncional ou no seio de uma família com estilo de criação negativo pode chegar a ver a si mesmo como alguém que não merece ser amado.

A educação recebida e o estilo de paternidade ou de maternidade em que fomos criados define as raízes da nossa personalidade e nossa autoestima.

O impacto negativo destas marcas é muito intenso. Assim, muitas vezes a pessoa pode ter dúvida sobre a sua própria eficácia, sua valia como pessoa ou até se é digno ou não de cumprir seus sonhos.

Nosso círculo familiar pode nos dar asas ou pode arrancá-las. Isso é algo triste e devastador, mas verdadeiro.

No entanto, há algo de que nunca podemos nos esquecer: ninguém pode escolher quem serão seus pais, seus familiares, mas sempre chegará um momento em que teremos a capacidade e a obrigação de escolher como vai ser nossa vida.

Escolher ser forte, ser feliz, livre e maduro emocionalmente é algo essencial, daí a necessidade de superar e curar nosso passado.

 


Fonte: Resiliência MAG

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Psicólogos de Harvard revelam: Pais que criam bons filhos fazem essas 5 coisas

Nesta era de tecnologia, descobrimos que a educação dos filhos é um pouco diferente dos tempos antes do iPod, iPhone, computadores, internet, e todos…

Nesta era de tecnologia, descobrimos que a educação dos filhos é um pouco diferente dos tempos antes do iPod, iPhone, computadores, internet, e todos as outras modernidades incríveis que nos consomem. As crianças brincavam nas ruas. Jogavam bola nos campos. Brincavam do lado de fora até que as luzes da rua se acendiam e elas sabiam que tinham que ir para dentro de casa. Nós estamos criando crianças muito diferentes agora do que há vinte ou trinta anos atrás. Mas, talvez seja hora de voltar ao básico.

Este é um mundo novo. As crianças nascidas nessa era automaticamente recebem aparelhos para entretê-las. Mas, onde estamos errando? Psicólogos da Universidade de Harvard vêm estudando o que torna uma criança bem criada nestes tempos de mudanças. Eles concluíram que existem vários elementos que ainda são essenciais.

 

Abaixo os 5 segredos para criar bons filhos, de acordo com Psicólogos de Harvard:

1 – Passe muito tempo com seus filhos

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Passar o tempo com seus filhos significa deixar tudo de lado por um tempo, ler um livro, chutar uma bola, caminhar com ele, ou apenas jogar um jogo à moda antiga. Em termos mais simples, isso significa que você interage com sua criança. Estas são as coisas das quais elas vão se lembrar. Elas vão se esquecer do que você comprou. Só querem passar mais tempo com seus pais.

 

2 – Fale com eles de um modo que consigam entendê-lo

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De acordo com os pesquisadores de Harvard, “mesmo que a maioria dos pais diga que o cuidado com seus filhos é uma prioridade de tempo, muitas vezes as crianças não estão ouvindo a mensagem.”

Passe tempo com eles para descobrir o que está acontecendo em sua vida. Verifique com professores, treinadores. Descubra se há uma mudança em seu comportamento. Permita que seu filho se sinta confortável para conversar com você. Seu filho precisa saber que é a prioridade em sua vida. As crianças necessitam de confirmação através de palavras. As palavras são importantes. Converse com elas e compartilhe suas histórias sobre a escola, trabalhos de casa, amigos, e assim por diante.

3 – Mostre ao seu filho como resolver problemas sem se estressar com o resultado

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Um dos maiores presentes que você pode dar ao seu filho é a capacidade de analisar e resolver problemas. Deixe seu filho decidir por si mesmo o que ele quer. Você não pode resolver seus problemas o tempo todo. É saudável lhe permitir experimentar a vida através de suas próprias lentes. Conquistas são importantes e, ao lhe permitir determinar o que quer, você o está presenteando com a consciência.

Você quer criar um adulto produtivo. Permita que ele venha até você e compartilhe seus problemas e o oriente a fazer as melhores escolhas possíveis. É difícil dar um passo atrás quando vir seu filho cometendo um erro. Mas faz parte da aprendizagem e da evolução da nossa humanidade.

Rick Weissbourd, que conduziu o estudo, diz: “Estamos muito focados na felicidade de nossos filhos. Mas será que não estamos fazendo-os se concentrarem apenas em casos de sucesso?” A pressão para a realização pode ter muitos resultados negativos”, diz Weissbourd, que é codiretor do projeto.

4 – Mostre sua gratidão ao seu filho regularmente

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Os pesquisadores dizem que “os estudos mostram que pessoas que praticam o hábito de expressar gratidão são mais propensas a serem úteis, generosas, compassivas, felizes, saudáveis e perdoarem com mais facilidade.”. Os pais devem dar tarefas aos seus filhos e, em seguida, expressarem gratidão por suas realizações. É importante que as crianças vejam que a gratidão é um dom notável. Sempre que fizerem algo, honre-as e as reconheça pelo seu desempenho.

Como pais, é nosso dever ensinar nossos filhos a serem compreensivos e compassivos para com os outros. As crianças aprendem pelo exemplo. Leve-as a um abrigo. Permita-lhes testemunharem como têm sorte de terem uma casa. Ajudar seus filhos não é apenas dar-lhes uma chance de serem adultos surpreendentes, mas também remover o preconceito, intolerância e diferença. Tudo começa em casa.

5 – Ensine seu filho a expandir a sua visão

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Isso remonta à mostrar-lhes gratidão. Deixe seu filho experimentar o mundo através de sua compaixão. Os pesquisadores dizem que “quase todas as crianças empatizam e se preocupam com seu pequeno círculo de familiares e amigos.”.

Ensine seu filho a ser um bom ouvinte, a interagir sem o uso de tecnologia, ser compreensivo com outras pessoas fora de sua família, e não julgar qualquer pessoa com base em seu tipo físico, religião ou nacionalidade. Estamos em tempos cruciais da evolução humana, e esta nova geração tem a capacidade de mudar o nosso mundo. Expor seu filho a diferentes culturas ajuda a desenvolver uma pessoa amorosa, gentil e feliz.

Você é responsável por criar almas amorosas. Ajude-as a navegarem neste mundo através da compaixão, amor e bondade.

“Criar uma criança respeitosa, carinhosa e ética sempre pode parecer um trabalho árduo. Mas é algo que todos nós podemos fazer. E nenhum trabalho é mais importante ou mais gratificante que este.”

Fonte: Power of Positivity   |   Tradução: Redação Papo de Pai



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